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BCE preocupado com planos de relocalização dos bancos devido ao Brexit
O braço de supervisão do Banco Central Europeu (BCE) criticou os planos de relocalização de alguns bancos, devido à saída do Reino Unido da União Europeia, por não se adequarem às exigências e requisitos a que estão sujeitas as instituições que operam na Zona Euro.
"Alguns elementos nos planos dos bancos não respondem plenamente às expectativas e aos requisitos do BCE em relação aos bancos que operam na Zona Euro", referiu a divisão de supervisão bancária da autoridade monetária, numa newsletter publicada no seu site.
Sublinhando que não é fácil traçar uma linha entre "um banco bem estabelecido que é integrado num grupo internacional" e uma entidade "vazia excessivamente dependente de entidades do grupo em países terceiros", o BCE diz que alguns dos planos inclinam-se para este último caso.
A União Europeia já havia advertido no mês passado que as empresas não podem criar meras entidades sem substância real para manter o acesso ao mercado único depois do Brexit.
Apesar da incerteza em torno da saída do Reino Unido da União Europeia, os bancos a operar no país já definiram planos para relocalizar muitas das suas operações para cidades como Dublin ou Frankfurt de forma a garantir o acesso continuado ao mercado único da UE.
A divisão de supervisão elogia os progressos feitos pelos bancos na preparação para o Brexit, mas admite não estar "confortável" com as propostas de uma série de instituições, que sinalizaram a sua pretensão de transferir todo o risco de mercado para uma entidade do grupo de um país terceiro. Essa abordagem "poderia criar riscos em situações de crise em que as capacidades locais podem ser cruciais para continuar as operações", acrescenta o BCE.