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Merkel adverte Londres que acesso recíproco a mercados é decisivo num acordo pós-Brexit
A liberdade de circulação de bens e capitais é inseparável da de pessoas, relembra a chanceler alemã.
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Angela Merkel advertiu nesta quinta-feira, 6 de Outubro, que as negociações da saída do Reino Unido da União Europeia, Brexit, "não vão ser fáceis" e que o acesso recíproco aos mercados é decisivo e condicionado à livre circulação de pessoas.
A chanceler alemã intervinha no congresso anual da Federação da Indústria Alemã (BDI), organização que tem manifestado grande preocupação quanto aos termos da futura relação comercial entre o Reino Unido e a UE.
"Não vão ser negociações fáceis", disse Merkel, recordando que as conversações só se vão iniciar depois de Londres accionar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, o que a primeiro-ministra britânica, Theresa May, anunciou para Março de 2017.
Nessas conversações, disse Merkel, o grau de acesso recíproco aos respectivos mercados será uma questão chave.
O acesso ao mercado comum europeu, vital para a economia britânica, é inseparável da livre circulação de pessoas, que o Reino Unido quer limitar.
Merkel frisou que aquelas são duas liberdades fundamentais da UE que não se podem desligar, porque tal criaria um perigoso precedente em que "cada país faz o que quer".
A chanceler tem repetidamente afirmado que a negociação do pós-Brexit tem de ser realizada com o maior cuidado, porque a saída de um primeiro país ao fim de mais de meio século de contínua integração e alargamento pode ser "um ponto de ruptura na história da União Europeia". "
Os britânicos decidiram, por 52% dos votos, a saída do Reino Unido da União Europeia no referendo realizado em 23 de Junho.