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Brexit: Goldman Sachs ainda não decidiu se transfere funcionários

O banco de investimento norte-americano Goldman Sachs esclareceu que ainda não tomou uma decisão quanto à transferência de funcionários no caso do Brexit vir a traduzir-se em dificuldades no acesso ao mercado único.

10 de Outubro de 2016 às 09:11
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O banco de investimento norte-americano Goldman Sachs ainda não decidiu se vai transferir postos de trabalho da capital britânica após o Brexit. O esclarecimento do banco surge depois de, este domingo, 9 de Outubro, o jornal Sunday Times ter noticiado que o Goldman Sachs estava a preparar-se para transferir dois mil funcionários caso a saída do Reino Unido da União Europeia represente entraves para os bancos acederem ao mercado único europeu, segundo a agência Bloomberg.

O jornal indicava que um em cada três funcionários do banco iriam sair do Reino Unido para outros países da Europa no caso de ocorrer o "hard Brexit" (uma saída que pode incluir perda total de acesso ao mercado único e o Reino Unido fica com total controlo das suas fronteiras e, além disso, terá de criar novos acordos comerciais). A porta-voz do banco, citada pela Bloomberg, assinala a instituição está ainda a estudar as implicações do Brexit e que há "inúmeras incertezas".

Segundo a agência de informação, grupos de lobby do banco têm mostrado cada vez mais receios sobre a possibilidade do Governo britânico não ser capaz de manter o chamado passaporte comunitário bancário, documento que confere aos bancos a capacidade para operar nos restantes 27 Estados-membros da União Europeia.


No primeiro fim-de-semana de Outubro, Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, anunciou que Londres vai accionar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que permite negociar uma saída da União Europeia, até ao final do primeiro trimestre do próximo ano.

O plano da líder do Governo britânico levou rapidamente vários governos europeus a alertarem Londres que não haverá negociações informais antes do Artigo 50 ser accionado. Os governos da União Europeia consideram que o plano da primeira-ministra britânica ainda carece de detalhes e reiteraram que não haverá conversações informais antes disso, como a governante deseja.

Em declarações à BBC, a chefe do Executivo britânico afirmou no último fim-de-semana que, ao avançar com este calendário, espera que os seus homólogos da UE permitam "algum trabalho preparatório" para garantir "um processo mais suave". Contudo, as declarações não foram bem recebidas entre alguns parceiros do continente, que insistem que May deve invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, antes de se dar início a quaisquer conversações.

Na última quinta-feira, 6 de Outubro, o presidente francês, François Hollande, citado pelo Financial Times, assinalou que os britânicos devem sofrer as consequências de quererem sair do bloco europeu. Discursando num jantar em Paris, em que o presidente da Comissão Europeia, entre outros, marcaram presença, Hollande afirmou: "o Reino Unido decidiu pelo Brexit e acredito mesmo que por um 'hard Brexit'". "Temos de percorrer todo o caminho da vontade do Reino Unido para deixar a União Europeia. E temos de o fazer com firmeza".

Caso contrário, salientou ainda o presidente francês citado pelo jornal britânico, "podemos comprometer os princípios fundamentais da União Europeia". "Outros países poderiam querer sair da UE para terem as supostas vantagens sem as obrigações".


"Tem de haver uma ameaça, tem de haver um risco, tem de haver um preço. De outra forma, vamos estar numa negociação que não pode terminar bem", disse ainda François Hollande.

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