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Líderes europeus chegam a acordo com Cameron para manter Reino Unido na UE

Quando faltavam menos de 10 minutos para a hora agendada para a conferência de imprensa de Juncker e Tusk, o presidente do Conselho Europeu já tinha anunciado no Twitter que havia "apoio unânime para um novo acordo" entre Londres e Bruxelas.

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19 de Fevereiro de 2016 às 21:26
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Quando faltavam menos de 10 minutos para a hora agendada para a conferência de imprensa de Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, a presidente da Lituânia e o primeiro-ministro checo anunciaram a existência de um acordo entre Bruxelas e Londres para evitar o "Brexit". Poucos minutos depois, foi o próprio Tusk a anunciar a chegada a um "acordo" que permita assegurar a permanência britânica no seio da União Europeia (UE). 

"Há apoio unânime para um novo acordo o Reino Unido continuar na UE", pode ler-se no tweet publicado pelo polaco Donald Tusk.

Antes, já dois líderes europeus, da Lituânia e da República Checa, garantiam ter sido alcançado um acordo entre o Reino Unido e a UE que permite garantir a continuidade britânica na União. Numa altura em que decorria ainda o jantar que junta, pela primeira vez em todo o dia desta sexta-feira, 19 de Fevereiro, os 28 líderes europeus presentes em Bruxelas para o Conselho Europeu iniciado ontem, o primeiro-ministro checo, Bohuslav Sobotka, garantiu haver um "compromisso aceitável" para evitar o "Brexit".

 

Também a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, já tinha anunciado haver acordo entre a UE e o Reino Unido, numa mensagem que terminava com a conclusão de que "o drama acabou". Ambos os anúncios foram igualmente feitos através da rede social Twitter. 

Entretanto foi a vez de também David Cameron, primeiro-ministro britânico, se pronunciar. Invariavelmente através da rede Twitter. O líder inglês deixou clara a sua satisfação por ter conseguido um tratamento especial para o Reino Unido no âmbito da sua permanência enquanto Estado-membro da UE: "Negociei um acordo que garante ao Reino Unido um estatuto especial na UE", disse Cameron acrescentando que de seguida iria transmitir esta informação aos restantes membros do Governo britânico.  

Na conferência de imprensa que se seguiu ao "jantar britânico", David Cameron confirmou que irá fazer campanha pelo "sim" à permanência do Reino Unido na UE, mas não confirmou se irá agendar o prometido referendo para o próximo dia 23 de Junho, data que foi sendo apontada como a pretendida.

 

O líder inglês mostrou-se satisfeito com um acordo que garante que "o Reino Unido nunca fará parte de um super-Estado europeu", que providencia restrições no acesso ao benefícios do Estado Social britânico por parte de imigrantes comunitários e que assegura que Londres "nunca fará parte do euro". Todavia, Cameron ressalvou que este compromisso "não resolve todos os problemas britânicos com a Europa".

 

Por outro lado, Cameron realçou que "estaremos na parte da Europa que funciona para nós, influenciando as decisões que nos afectam", referindo-se ao acesso ao Mercado Único europeu e à não-discriminação de empresas britânicas pelo facto de o país não pertencer à Zona Euro. O Reino Unido e a Dinamarca detêm o direito especial de "opt-out" do bloco do euro.

 

Já perto do final da intervenção e numa mensagem direccionada ao eleitorado britânico, que será chamado a decidir se quer, ou não, continuar a pertencer ao clube europeu, David Cameron afirmou: "Não amo Bruxelas. Amo o Reino Unido. O trabalho do primeiro-ministro do Reino Unido é proteger os interesses britânicos", elencando depois um conjunto de razões que, no seu entender, fazem com que o Reino Unido esteja "melhor dentro da UE do que fora".

 

Na conferência de imprensa de Tusk e Juncker, que começou com mais de duas horas de atraso face à hora prevista, o presidente da Comissão começou por responder a Cameron: "Gosto mais de Bruxelas do que qualquer outra parte do mundo". O político luxemburguês diria ainda que este é um acordo "justo" para todas as partes porque "responde às preocupações do Reino Unido e respeita" os princípios que constam dos tratados. "Salvaguarda a integridade do Mercado Único e a coesão da Zona Euro", acrescentou Juncker.

 

Pelo seu lado, questionado sobre a bondade do "estatuto especial" concedido a Londres, Donald Tusk lembrou que "o estatuto especial do Reino Unido não é nada de novo", e que remonta ao pós Segunda Guerra Mundial. Tusk não deixou, porém, de considerar que se trata de um "acordo responsável". 

David Cameron enfrentará agora outro duro desafio, possivelmente ainda mais do que o foram estes meses de conversações com os parceiros europeus. Começará agora a campanha a favor da permanência, em que terá de defrontar várias forças e movimentos eurocépticos como o Ukip de Nigel Farage, embora tenha logo à cabeça que enfrentar o bloco eurocéptico do seu próprio partido. Já esta noite, Michael Gove, ministro britânico da Justiça e um importante aliado de Cameron no Partido Conservador, anunciou que fará campanha pelo "Brexit", ou seja, pela saída britânica da UE. 


(Notícia actualizada pela última vez às 23:25)

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