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Parlamento Europeu recusa tratamento especial a Londres
Martin Schulz, líder da Eurocâmara, não espera que os deputados viabilizem um acordo que permita discriminações dos bancos britânicos ou dos imigrantes de outros Estados-membros.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, garantiu esta sexta-feira, 19 de Fevereiro, que os deputados europeus não viabilizarão condições que privilegiem o Reino Unido, nomeadamente no que diz respeito à regulamentação financeira e ao tratamento dos imigrantes.
"É claro que ninguém no Parlamento Europeu aprovaria um tratamento especial para o Reino Unido", disse esta sexta-feira 19 de Fevereiro Schulz à rádio alemã Deutschlandfunk, citado pela agência Europapress, no segundo dia da cimeira em que o primeiro-ministro David Cameron tenta fechar um acordo para reenquadrar a presença britânica na União Europeia.
Em cima da mesa, segundo Schulz, estão sobretudo dois temas em que o Parlamento não deverá ceder: uma redução da supervisão e do controle dos bancos na City londrina em relação ao que é praticado para as instituições dos Estados da Zona Euro e a discriminação em matéria de benefícios sociais de cidadãos da União Europeia.
Contudo, o presidente do Parlamento Europeu considerou que tanto o Reino Unido como a União Europeia sairiam mais fracos de um cenário de Brexit. Mais tarde, à entrada para o Conselho Europeu, Schulz mostrou-se optimista: "Prevejo que um acordo seja alcançado hoje, à medida que as posições convergirem", disse.
As conversações entre os Estados-membros foram interrompidas cerca das cinco horas da madrugada, ainda sem acordo e com os líderes europeus a dividirem-se nas apreciações. Enquanto o primeiro-ministro britânico David Cameron reconheceu ter havido progressos, o homólogo italiano Matteo Renzi disse que se deram passos atrás. Já o Presidente francês François Hollande insistiu que não deve haver poderes de veto em matéria de regulação financeira.
A França (que está contra um possível travão britânico a mudanças na Zona Euro e vantagens competitivas para a banca inglesa, algo a que também Angela Merkel já se opôs), a Bélgica (que desafia a pretensão de Londres de não abdicar de mais soberania para aprofundar a integração europeia) e a República Checa (que se opõe às propostas para adiar o acesso de cidadãos terceiros a benefícios sociais no Reino Unido ou reduzir o apoio dado a imigrantes) parecem ser os mais resistentes aos termos propostos pelo Conselho Europeu ao Reino Unido.