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"Brexit": Merkel contra privilégios para a banca britânica
A chanceler alemã quer Londres dentro da União Europeia, mas com o sector financeiro britânico submetido à mesma regulação dos restantes bancos do Velho Continente e permitindo uma maior integração da Zona Euro.
A chanceler alemã, Angela Merkel, insurgiu-se esta terça-feira, 16 de Fevereiro, conta eventuais vantagens que venham a beneficiar o sector financeiro britânico como contrapartida pela manutenção do Reino Unido na União Europeia.
"Não pode haver uma situação em que o sector financeiro britânico seja menos regulado do que na Zona Euro", terá avisado Merkel numa reunião com deputados do seu partido, segundo um responsável da CDU, uma preocupação que também já foi manifestada pela França.
Ainda assim, a chanceler manifestou vontade de que o Conselho Europeu das próximas quinta e sexta-feira (18 e 19 de Fevereiro) chegue a um entendimento com as autoridades de Londres quanto aos termos para um reposicionamento do Reino Unido na União Europeia. Mas um acordo que, avisou, não impeça uma maior integração bancária na Zona Euro.
Entre as propostas remetidas pelo Conselho Europeu a Londres, a União Europeia compromete-se a não envolver o Reino Unido na resolução de crises financeiras do euro e a tornar as medidas de aprofundamento da União Económica e Monetária de adesão voluntária no caso dos Estados-membros que não usem o euro. Mas estes – como o Reino Unido - têm de se comprometer a não obstaculizar esse aprofundamento, vendo em contrapartida os seus direitos e competências respeitados.
Esta terça-feira o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, assegurou perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas, que não há "plano B", mas apenas um "plano A" que é manter Londres na União.
Um dia antes, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, assumiu contudo que há o risco real de uma divisão entre os parceiros europeus na cimeira do final da semana, colocando em risco a aprovação das ofertas a Londres que tentam convencer os britânicos a votar "sim" e a ficar na União Europeia no referendo que deverá acontecer neste Verão.