A libra reagiu em alta ao acordo alcançado por David Cameron mas, rapidamente, regressou às quedas após ser confirmado que Boris Johnson vai fazer campanha pelo Brexit. "Vou defender o voto para a saída do Reino Unido da União Europeia no referendo. Não queria ir contra David Cameron mas quero um acordo melhor para as pessoas deste país", afirmou este domingo o mayor de Londres. Boris Johnson junta-se, assim, a cinco membros do Executivo de David Cameron que logo após o conselho europeu se demarcaram do acordo alcançado em Bruxelas e

anunciaram que vão fazer campanha a favor da saída do Reino Unido da União Europeia.

A moeda britânica reagiu positivamente ao acordo alcançado na sexta-feira à noite em Bruxelas mas segue agora a perder mais de 1% face ao dólar devido às incertezas criadas pelas dissidências no Governo conservador de David Cameron. "Mesmo que uma saída não seja provável, a incerteza e as preocupações vão continuar a pesar na moeda", afirmou à agência Bloomberg o analista Kengo Suzuki da Mizuho Securities.    

Numa análise recente o ING destacava que "o grande défice primário do Reino Unido coloca a libra entre as [moedas] mais vulneráveis a qualquer deterioração do sentimento de risco". Se o país sair da União Europeia, a moeda pode afundar para cerca de 1,11 euros, menos 13% do que a cotação actual de 1,28 euros, estima o banco holandês. 

Já o Goldman Sachs, por seu lado, estima que "uma interrupção total e abrupta das entradas de capital, em resposta à 'Brexit', levaria a uma queda [da libra] de 15 a 20%".

Esta segunda-feira, a libra segue a perder 1,6% face à moeda norte-americana, a maior queda do último ano.