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Governos avisam May que não haverá negociações informais antes do Artigo 50

Vários governos da União Europeia reiteram que falta clareza nos planos do Reino Unido para deixar a União Europeia e que não haverá negociações informais antes de ser accionado o artigo 50 do Tratado de Lisboa.

1. Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido
Reuters
03 de Outubro de 2016 às 11:20
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Os governos da União Europeia consideram que o plano da primeira-ministra britânica Theresa May para dar início às negociações sobre o Brexit até Abril ainda carece de detalhes e reiteram que não haverá conversações informais antes disso, como a governante deseja.

May disse pela primeira vez, este domingo, que vai dar início ao processo de dois anos de saída do país da União Europeia no primeiro trimestre do próximo ano. Em declarações à BBC, a chefe do Executivo britânico afirmou que, ao avançar com este calendário, espera que os seus homólogos da UE permitam "algum trabalho preparatório" para garantir "um processo mais suave".

As declarações não foram bem recebidas entre alguns parceiros do continente, que insistem que May deve invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, antes de se dar início a quaisquer conversações.

"Não haverá negociações sem a notificação", afirmou Raimundas Karoblis, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, citado pela Bloomberg. "O Reino Unido deve dizer primeiro, de forma oficial, o que é que quer".

Em declarações à agência noticiosa CTK, o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, Lubomir Zaoralek, referiu que "não estamos mais avançados do que estávamos antes". "Ainda não fomos claramente informados pelo Reino Unido sobre o que querem fazer. Esta é uma das suas muitas garantias, mas eu não sei se eles vão realmente fazê-lo", acrescentou.

Estas declarações surgem um dia depois de o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ter escrito no Twitter que, apesar de ver com bons olhos a clareza de May, os restantes 27 membros da EU vão empenhar-se em salvaguardar os seus interesses apenas quando for accionado o Artigo 50.

"Uma vez accionado o artigo 50, os restantes 27 Estados-membros irão salvaguardar os seus interesses", adiantou.

 

O primeiro-ministro de Malta Joseph Muscat sublinhou que a ligação entre o livre comércio e a adesão ao mercado único não pode ser "dissociada" enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, Charlie Flanagan, afirmou, em declarações à RTE que as negociações com o Reino Unido vão implicar "dar e receber".  

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