As "reformas de Espanha são uma lição para a Zona Euro", escreve esta terça-feira, 25 de Agosto, o Financial Times, num artigo onde elogia Mariano Rajoy pelas medidas "corajosas" que adoptou.

Segundo o jornal britânico, quando o primeiro-ministro espanhol tomou posse, "Espanha era vista como o membro da Zona Euro cujos problemas eram mais prováveis de penalizar a moeda única. Hoje, é umas das economias que mais rapidamente cresce no bloco [europeu], com projecções de um crescimento acima dos 3% este ano".

Neste sentido, a publicação faz rasgados elogios ao líder do Governo espanhol. "Mr. Rajoy merece crédito pelas reformas que ajudaram a iniciar a recuperação [económica] ". "Em 2012 [Rajoy] abalou o mercado laboral espanhol, tornando menos dispendioso para as empresas despedir funcionários permanentes. O seu Governo recapitalizou e reformou o sistema bancário quando estava à beira do colapso. Implementou reformas ao nível dos impostos para impulsionar a competitividade espanhola", enuncia o FT.

O jornal adianta, porém, que "o Governo não pode ficar com todo o crédito pela inversão", uma vez que beneficiou de condições externas que fugiam ao seu controlo, entre elas, um moeda mais fraca (que potencia as exportações), a redução do preço do petróleo (especialmente relevante para uma economia que importa toda a energia que necessita), e o programa de compra de activos - quantitative easing - do Banco Central Europeu.

O FT alerta também para o facto da recuperação económica registada "não estar a fazer uma diferença suficientemente grande para muitos espanhóis", destacando neste aspecto a alta taxa de desemprego no país.

A incerteza dos espanhóis relativamente à durabilidade desta melhoria económica e um espectro político fragmentado podem dificultar a reeleição de Mariano Rajoy, assinala ainda a publicação, destacando que as eleições gerais deste ano podem colocar em risco não só a estabilidade política como a recuperação económica. 

O artigo termina com a indicação de que os "riscos no horizonte" não devem diminuir aquilo que o país conquistou nos últimos quatro anos. "As reformas económicas corajosas adoptadas pelo Governo de Rajoy, auxiliadas pela acção do BCE, permitiram à Espanha contrariar a previsão de que continuaria a ser o país europeu com um crescimento económico mais lento do que o desejado ", escreve o jornal, salientando que a sua recuperação "é uma lição – e não apenas para a Grécia".