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Conservadores juntam-se para tentar depor May. Primeira-ministra fala às 17:00

Somam-se os "tories" que já escreveram uma carta a pedir uma moção de não-confiança na actual líder do Partido Conservador, Theresa May. Alvo de fortes críticas, a também primeira-ministra enfrenta já uma onda de demissões de membros do seu governo que rejeitam o acordo alcançado com a UE.

Reuters
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Theresa May conseguiu chegar a acordo com a União Europeia sobre o Brexit, contudo isso poderá também determinar a sua destituição como líder do Partido Conservador e, por consequência, o seu afastamento da liderança do governo britânico. Nesta altura, já terão sido enviadas pelo menos seis cartas para o líder do Comité 1922 (grupo parlamentar dos conservadores na Câmara dos Comuns) em que é pedida uma moção de não confiança à líder do partido.

Para que seja realizada uma votação sobre a continuidade de May como líder dos "tories", é necessário que pelo menos 15% (que é actualmente equivalente a 48 parlamentares) dos deputados conservadores enviem missivas nesse sentido. Segundo a deputada conservadora Anne Marie Morris, citada pela BBC, o líder do grupo parlamentares do partido, Graham Brady, já terá mesmo recebido as 48 cartas necessárias à realização da votação que decidirá o futuro de May enquanto líder do partido. 

Um dos elementos que enviou essa carta foi o deputado eurocéptico Jacob Rees-Mogg, apontado como um dos putativos pretendentes à sucessão de Theresa May. Contudo, Rees-Mogg rejeita que o envio da missiva tenha decorrido de qualquer ambição pessoal, assegurando tê-lo feito apenas pela frontal oposição ao acordo forjado ao nível técnico entre as equipas negociais de Londres e Bruxelas. 

Outros nomes que voltam a perfilar-se como potenciais sucessores de Theresa May na liderança dos "tories" são o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, e David Davis, que foi o primeiro responsável, do lado britânico, por conduzir as negociações com Bruxelas com vista ao Brexit. Ambos defendem um "hard Brexit", o que significa que pretendem um corte profundo dos laços entre o Reino Unido e a UE. 

Confrontada com uma espiral de demissões no governo e de movimentações no sentido da sua destituíção, foi entretanto revelado que May vai fazer uma conferência de imprensa esta tarde às 17:00. 

Acordo reúne demissões e votos contra

Desde que foi anunciado o desfecho das conversações com a UE, já pelo menos seis políticos abandonaram o cargo em protesto. Dentro do próprio Executivo, demitiram-se Dominic Raab, ministro para o Brexit e Esther McVey, ministra do Trabalho e Pensões. Somam-se as baixas de Suella Braverman, da secretaria de Estado para o Brexit e de Shailesh Vara, da secretaria de Estado para a Irlanda do Norte. Finalmente, decidiram sair Ranil Jayawardena e Anne-Marie Trevelyan, os quais faziam a ponte entre as secretarias de Estado da Justiça e Educação, respectivamente, e os deputados. 

Para além das demissões, serão já 84 os conservadores a assumirem que irão votar contra a versão do acordo apresentada esta quarta-feira por May. Este levantamento foi avançado por Mark Francois, um membro do partido conservador, que assegura ainda que o número de deputados em oposição a May tem tendência a subir. Francois apela ainda à primeira-ministra que "aceite a realidade política". 

(Notícia actualizada às 16:39 com mais informação)

 

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