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May rejeita demitir-se e promete levar Brexit até ao fim

Fragilizada pela onda de demissões e críticas devido ao acordo alcançado com a UE para o Brexit, a primeira-ministra garantiu que a sua missão passa por cumprir a vontade popular e negociar o "melhor acordo possível".

Reuters
David Santiago dsantiago@negocios.pt 15 de Novembro de 2018 às 17:33
No meio do furacão de críticas, demissões e movimentações com vista à sua destituição, Theresa May recusa demitir-se e assume-se como uma líder cujo objectivo "é tomar as decisões certas e não as decisões fáceis".

Nesse sentido, a primeira-ministra britânica promete cumprir o mandato popular resultante do referendo e que passa por garantir que o Reino Unido abandona a União Europeia às 23:00 de 29 de Março do próximo ano.

Foi uma primeira-ministra determinada que surgiu, com 25 minutos de atraso, numa conferência de imprensa convocada poucas horas antes. May começou por sublinhar que o cargo que ocupa na chefia do governo implica uma "pesada responsabilidade" que a própria assume e não enjeita. Responsabilidade essa que no momento actual implicava "construir a partir do zero" uma nova relação com a União que salvaguarde "o bem dos nosso filhos e netos".

Ante as diversas demissões já anunciadas de membros do seu executivo, a líder dos "tories", que garantiu não querer "julgar severamente" os seus agora ex-colegas de governo, frisou ter sempre colocado o "interesse nacional em primeiro lugar, não o do partido nem o meu interesse pessoal". 


Theresa May centrou a sua intervenção na importância que sempre deu a cumprir o "interesse nacional", o que, neste caso, passava por "honrar o voto do referendo" que ditou a vitória do Brexit. Para May, o acordo técnico alcançado com Bruxelas, e que resultou num turbilhão de acontecimentos ao longo desta quinta-feira, obrigou a que fosse tomadas "decisões difíceis e algumas vezes desconfortáveis", contudo  prometeu continuar a trabalhar no sentido de garantir "o melhor acordo possível".  

No que toca à questão da fronteira irlandesa, a mais delicada que consta do acordo, May admitiu que as pessoas se sintam desconfortáveis com a solução encontrada para o mecanismo de salvaguarda e reconheceu que ela própria partilha "muitas dessas reservas", mas lembrou que "nenhum acordo poderia ser alcançado com a UE sem o 'backstop'". Sem este mecanismo, seria o "colapso das negociações" afiançou Theresa May notando que persiste um facto simples: ninguém apresentou uma proposta alternativa". 

Já sobre a aparente inexistência de apoios suficientes para aprovar o acordo no parlamento - os trabalhistas anunciaram que votam contra e vários membros dos "tories" também rejeitam apoiar -, May disse "acreditar" que quando chegar a hora de votar, "os deputados vão focar-se naquilo que é bom para o Reino Unido". 

 
Por fim, numa altura em que voltam a ecoar vozes a pedir um novo referendo sobre a permanência na UE, a primeira-ministra garantiu que o Reino Unido vai mesmo abandonar o bloco europeu no dia 29 de Março de 2019. 


(Notícia actualizada às 18:30)
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