Notícia
Onda de demissões no Governo de May arrasta bolsas. Banca britânica afunda
Os investidores acordaram animados com o acordo alcançado entre o Reino Unido e a União Europeia que permite avançar com o Brexit. Mas a manhã está a ser marcada por várias demissões no Governo de May, o que sugere que o acordo pode ser bloqueado dentro de portas. As bolsas inverteram a tendência e seguem já em queda, com a banca em destaque.
As bolsas europeias inverteram dos ganhos registados esta manhã, a reflectir o acordo entre o Reino Unido e Bruxelas para se prosseguir com o Brexit. Mas foi sol de pouca dura, já que entretanto vários membros do Governo de Theresa May apresentaram a sua demissão, por discordarem dos termos do acordo. O que revela que o apoio do Governo, anunciado ontem por May, não foi assim tão sustentado.
Os investidores reagiram e estão a provocar uma nova queda nas bolsas europeias, com o sector da banca em destaque. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, está a perder 0,62% para 360,01 pontos. E o índice europeu que agrupa as 48 maiores instituições bancárias está a perder mais de 2%, com o Royal Bank of Scotland a liderar as perdas, ao recuar mais de 7%, seguido do Barclays, que perde mais de 6,5%. O Lloyds é a terceira instituição que mais recua (5,74%).
Este contexto está a contaminar o resto das bolsas, devido à elevada incerteza que esta divisão no seio do Governo – que parecia não existir com o apoio do Executivo anunciado por May - se verifique também no Parlamento e que o acordo não seja aprovado, voltando tudo à estaca zero.
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, anunciou ainda esta quinta-feira, que se agendou uma cimeira extraordinária para o dia 25 de Novembro para que seja assinado o acordo técnico de saída do Reino Unido da União Europeia. Isto se "nada de extraordinário acontecer até lá", alertou.
Ontem, a primeira-ministra, Theresa May, anunciou que o Governo britânico decidiu apoiar o acordo técnico alcançado com Bruxelas com vista ao enquadramento da relação futura entre os dois blocos. Michel Barnier, negociador europeu do Brexit, classificou este passo de decisivo, mas ressalvou que ainda há trabalho por fazer.