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Boris Johnson rejeita estar a desconsiderar UE no processo do Brexit

No seguimento de nova ronda negocial fracassada e de Bruxelas ter pedido "compromisso" e "respeito" a Londres, o primeiro-ministro britânico vem agora afastar qualquer tipo de desrespeito pelas posições europeias e mostra-se "otimista" de que poderá ser alcançado um acordo sobre a relação futura nos meses vindouros.

EPA
03 de Julho de 2020 às 11:47
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Ao pessimismo ontem evidenciado pela União Europeia sobre o desfecho de mais uma ronda negocial com o Reino Unido, o primeiro-ministro britânico responde com "otimismo" quanto às possibilidades de ser fechado um acordo sobre a relação bilateral futura entre os dois blocos e rejeitar qualquer tipo de desconsideração do seu governo relativamente à posição de Bruxelas.

Esta quinta-feira, Michel Barnier, o dirigente europeu responsável pela condução das conversações com o lado britânico, lamentou que a nova ronda de negociações tenha terminado com a persistência de "sérias divergências" entre as partes.

Além de pedir maior "compromisso" à equipa negocial britânica, que é liderada por David Frost, o francês Barnier assumiu esperar que as posições adotadas por Bruxelas nas conversações mereçam "melhor compreensão" e que possam ser "respeitadas por forma a ser alcançado um acordo".

Mesmo que por escrito, ficou evidente o tom ríspido de Barnier em relação ao persistente impasse negocial. No entanto, Boris Johnson rejeita estar a faltar ao respeito quer a Barnier, quer ao conjunto da União.

"Não fui sequer remotamente desrespeitoso em relação a Michel [Barnier] ou ao sistema da UE, que conheço e compreendo bem", frisou o líder do executivo britânico em entrevista concedida à LBC Radio, e citada pelo Politico.

E endereçando as três linhas vermelhas reiteradas pela UE, Johnson insistiu, por sua vez, nas exigências britânicas.

O conservador não considera adequado o Reino Unido permanecer sob a jurisdição do Tribunal de Justiça da UE, o Reino Unido continuar a ter de respeitar as regras comunitárias mesmo não pertencendo à União ou ter de entregar de mão beijada os seus "incríveis recursos pesqueiros". 

No comunicado divulgado na quinta-feira, Barnier lembrava as exigências europeias: A garantia de condições equitativas - o chamado "level playing field" - no acesso ao mercado único, "incluindo ajudas de Estado"; encontrar uma "solução duradoura, equilibrada e sustentável para os pescadores europeus"; e assegurar um "enquadramento institucional abrangente e mecanismos de resolução de litígios efetivos". 

De qualquer forma, e apesar de o nó negocial continuar por desatar, Boris Johnson referiu-se às últimas jornadas de conversações como "muito boas" e garantiu estar "um pouco mais otimista" quanto a um acordo nos próximos meses do que Michel Barnier.

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