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Merkel: UE deve preparar-se para um "no deal" no Brexit

A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu hoje à União Europeia (UE) que se prepare para um eventual "no deal" nas negociações em curso com o Reino Unido sobre a relação comercial após o 'Brexit'.

LUSA/EPA
01 de Julho de 2020 às 13:46
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"Continuarei a preconizar uma boa solução, mas nós, na UE, devemos e devíamos preparar-nos para o caso de não ser concluído um acordo", disse Angela Merkel na câmara baixa do parlamento alemão, Bundestag, no primeiro dia da presidência alemã do Conselho da UE.

O Reino Unido e a UE lançaram na segunda-feira uma nova ronda de negociações sobre a sua relação futura, afirmando uma vontade comum de concluir um acordo até ao fim do ano.

As quatro rondas de negociações já realizadas não permitiram progressos significativos, persistindo divergências em relação ao acesso equilibrado a ambos os mercados, à governação da futura parceria, à proteção dos direitos fundamentais e ao setor das pescas.

O Reino Unido, que saiu da UE a 31 de janeiro, continua a aplicar as regras europeias até ao final do chamado período de transição, que termina a 31 de dezembro.

Se não houver acordo até lá, as relações comerciais entre a UE e Londres serão realizadas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), com taxas alfandegárias elevadas e controlos alfandegários reforçados.

Merkel já tinha advertido, numa entrevista a vários jornais europeus na semana passada, que o Reino Unido deve "assumir as consequências" de uma relação económica menos forte com a UE na sequência do 'Brexit'.

"Se o Reino unido não quer uma regulamentação comparável à da Europa em matéria de ambiente, mercado de trabalho e normas sociais, as nossas relações vão perder intensidade", disse então a chanceler.

Na sua intervenção de hoje, Merkel, cuja presidência do Conselho Europeu tem como prioridade "número um" a aprovação, já em julho, do orçamento da UE para os próximos sete anos e do fundo de recuperação pós-pandemia a ele associado, admitiu que as posições dos 27 "continuam afastadas", mas disse-se segura de que as diferenças podem ser superadas nas próximas semanas.

Para a chanceler, este é o momento de "fazer com que a Europa volte a ser forte".

Merkel reiterou que a presidência alemã "será marcada pela pandemia e pela gestão das suas consequências".

Sobre o fundo de recuperação proposto pela Comissão Europeia, Merkel afirmou que o pacote de subvenções e empréstimos, que se eleva a 750 mil milhões de euros, tem de ser "um instrumento orçamental" e deve ser distribuído em função do impacto da pandemia.

Insistiu que o mais importante é "que o mercado interno continue a funcionar", o que beneficia todos os 27.
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