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Valls apela ao voto em Sarkozy para derrotar a Frente Nacional

O primeiro-ministro francês pediu a união em torno dos partidos moderados para derrotar a extrema-direita. O socialista apelou mesmo ao voto no partido de Sarkozy em pelo menos três regiões, anunciando a desistência dos candidatos do PS francês.

Reuters
08 de Dezembro de 2015 às 11:24
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O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, apelou à concentração de votos nos partidos moderados para derrotar a extrema-direita na segunda-volta das regionais gaulesas, agendadas para o próximo dia 13 de Dezembro. O mesmo é dizer que o político socialista pretende uma união contra a Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen.

 

Para o conseguir, Valls apelou, na passada segunda-feira à noite, à "desistência republicana" dos candidatos menos bem posicionados (terceiro lugar) que devem depois dar indicação de voto ao adversário que ficou em segundo para assim impedir a vitória daquele partido de extrema-direita.

 

Em declarações ao canal televisivo TF1, Manuel Valls revelou ainda que pelo menos três candidatos do PS francês – de três regiões onde a FN conseguiu vitórias mais folgadas – vão desistir a favor dos candidatos apresentados pelo Partido Republicano de Sarkozy que alcançaram a segunda posição.

 

Assim, ao contrário de Sarkozy, que logo no domingo avisou que não iria aliar-se aos socialistas para vencer a FN, Valls explica que a diferença face ao ex-presidente gaulês é que "eu assumo as minhas responsabilidades".

 

Para o primeiro-ministro francês "há duas concepções de República: uma que exige a união; e a da extrema-direita que divide os franceses", pelo que na segunda-volta das regionais que terá lugar já no próximo domingo, "será preciso escolher entre estas duas visões".

 

O partido anti-imigração e eurocéptico (FN) venceu a primeira-volta das regionais gaulesas, no que foi um resultado histórico para o partido de Le Pen, que alcançou 28,42% dos votos e obteve o primeiro lugar em seis das 13 regiões metropolitanas. Já os conservadores do partido de Sarkozy não foram além dos 26,85% e os socialistas do partido de Valls e do presidente gaulês, François Hollande, ficaram-se pela terceira posição com 23,47%.

 

O apelo ao voto nos partidos considerados moderados de forma a derrotar a extrema-direita não é uma aposta inédita. Em 2002, depois de Jean-Marie Le Pen ter ficado à frente do candidatos do PS francês, Leonel Jospin, na primeira-volta das presidenciais, os eleitores gauleses mobilizaram-se em torno da candidatura moderada então protagonizada por Jacques Chirac, que acabaria por vencer na segunda-volta o pai de Marine com larga margem.

 

Todavia, o apelo de Valls poderá embater de frente com a intenção de alguns candidatos socialistas. Por exemplo, Jean-Pierre Masseret, candidato na região de Alsácia-Champagne-Ardenas-Lorena, considera que esta estratégia de desistência é incorrecta porque é preciso "confrontarmo-nos" com a extrema-direita.

 

A criação de uma frente moderada ou republicana contra Le Pen significaria que os partidos que retirassem as suas candidaturas não poderiam garantir qualquer representação nos órgãos regionais. A segunda-volta das regionais francesas decorre nas regiões em que nenhuma candidatura conseguiu alcançar 50% mais um voto na primeira-volta. Podem apresentar-se à segunda-volta todas as forças que tenham superado a fasquia de 10% dos votos.

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