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Proposta de Governo do Podemos aproxima PSOE e Cidadãos

Apesar das diferenças entre PSOE e Cidadãos, as negociações entre estes partidos são cada vez mais "sérias". Isto depois da proposta de Governo apresentada pelo Podemos ser vista pelos socialistas como uma "provocação".

Reuters
17 de Fevereiro de 2016 às 14:45
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O debate sobre a investidura de Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE, como primeiro-ministro acontece apenas no início de Março, mas o ritmo das conversações para encontrar uma solução governativa deverá acelerar até ao final da presente semana. Numa entrevista concedida esta quarta-feira, 17 de Fevereiro, por Albert Rivera à TVE-1, o líder do Cidadãos garantiu que embora não haja ainda qualquer tipo de acordo, as negociações deverão estar concluídas até ao final desta semana.

 

"Não há nenhum pré-acordo, sinto muito", disse Rivera citado pelo El País, mas o líder do Cidadãos acrescenta que "há uma negociação muito séria" e que as principais diferenças entre o seu partido e o PSOE prendem-se com matérias relacionadas com impostos e o referendo. Mas apesar dessas "diferenças substanciais", Albert Rivera acredita que "esta semana é decisiva".

 

No fundo, Albert Rivera coloca nas mãos do PSOE e do seu líder uma eventual chegada a bom porto das negociações entre estas duas forças consideradas moderadas. Para Rivera os socialistas terão de escolher entre um pacto com o Cidadãos ou um acordo com o Podemos. E recorda que o "modelo" do Podemos prevê "mais impostos, desemprego e referendos separatistas", enquanto o do Cidadãos é "constitucionalista, de igualdade dos espanhóis, de reformas democráticas e contra mais impostos e mais desemprego".

 

Mas exceptuando as divergências em matéria fiscal, com o Cidadãos a opor-se ao pretendido aumento de impostos decorrente das propostas defendidas pelo PSOE, os dois partidos estão de acordo sobre a necessidade de atrasar em um ano, para 2017, a redução do défice orçamental para menos de 3%, uma medida que recolhe também a anuência do primeiro-ministro ainda funções, Mariano Rajoy, presidente do PP.

 

PSOE e Podemos aparentemente mais longe de acordo

 

O Podemos entregou esta terça-feira ao PSOE as propostas para a formação de um Governo conjunto, reiterando não apenas o objectivo de levar a cabo um referendo vinculativo sobre a independência da Catalunha bem como a exigência da vice-presidência do Governo para Pablo Iglesias, secretário-geral do partido, e ainda importantes pastas como a da Economia. Contudo, os socialistas não demoraram a classificar de "provocação" a proposta unilateral apresentada por um partido com o qual o PSOE nem sequer conseguiu entender-se para a realização de um encontro entre os dois líderes.

 

Iglesias insistiu nos últimos dias na necessidade de uma "reunião urgente" com Pedro Sánchez, que recusa reunir-se com o líder do Podemos considerando ser primeiro necessário que as negociações entre as equipas técnicas dos dois partidos alcancem desenvolvimentos palpáveis. Sánchez rejeita referendar a independência da Catalunha ou de qualquer outra região autonómica, isto apesar da disponibilidade do líder socialista para uma reforma constitucional que melhor adeqúe os ímpetos nacionalistas à integridade do reino espanhol.

 

Em resposta à atitude de Sánchez, Pablo Iglesias acusou-o já esta quarta-feira de ser "arrogante e prepotente", com o líder do Podemos a defender que os eleitores "não querem ver-nos a tratarmo-nos mal, mas a dialogar e a formar um Governo que olhe para a esquerda".

 

Todavia, Sánchez, que está também pressionado pelo seu partido, cujas principais figuras recusam uma aliança com o Podemos, encontra-se numa situação altamente complexa. Um pacto com o Podemos não é suficiente para chegar à maioria, tal como recordou hoje o porta-voz do PP no Congresso, Rafael Hernando, ao notar que com os 130 deputados do PSOE e do Cidadãos "não se chega a lado nenhum". Mas mesmo uma aliança de poder com o Podemos não permite alcançar um suporte parlamentar de pelo menos 176 deputados, ficando estes partidos dependentes de acordos suplementares com a Esquerda Unida (IU) e com os pequenos partidos independentistas da Catalunha e do País Basco.

 

Sendo que o PP e Rajoy já propuseram a formação de uma coligação de Governo entre os partidos moderados, PP, PSOE e Cidadãos, chegando mesmo a apresentar os cinco pilares de um hipotético pacto entre aquelas forças políticas. Porém, o PSOE mantém a recusa face a uma aliança com o PP. 

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