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Rajoy revela cinco pilares para grande coligação com PSOE e Cidadãos

O primeiro-ministro espanhol em funções anunciou esta quarta-feira os cinco pilares que o próprio irá apresentar nas negociações com o PSOE e o Cidadãos tendo em vista a formação de uma grande coligação "como na Europa".

Fim do bipartidarismo em espanha: O PP de Mariano Rajoy venceu as eleições gerais em Espanha, mas ficou longe da maioria absoluta que lhe permitiu governar nos últimos anos. O escrutínio ficou marcado por uma derrota histórica do PSOE e pelo fim do bipartidarismo, com a subida de votação dos partidos Podemos e Cidadãos.
10 de Fevereiro de 2016 às 20:28
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Mariano Rajoy ainda não desistiu de vir a chefiar o próximo Governo de Espanha. Como tal, esta quarta-feira, 10 de Fevereiro, apresentou, no Senado (câmara alta) do Congresso espanhol (equivalente à Assembleia da República) o plano negocial que irá apresentar nas reuniões com o líder do Cidadãos, Albert Rivera, na quinta-feira, e com o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, na sexta-feira, tendo em vista a formação de uma grande coligação "como na Europa".

 

Falando perante os senadores do PP, que detêm a maioria no Senado, Mariano Rajoy defendeu que só um Governo destas forças políticas representa uma solução "razoável e sensata", salientando que qualquer alternativa minoritária, como por exemplo uma coligação PP/Cidadãos, não garantiria a estabilidade de que o país precisa.

 

Antecipando as reuniões dos dois próximos dias com Rivera e Sánchez, Rajoy elencou os "cinco pilares" do plano que irá apresentar aos seus congéneres e sob os quais assentaria uma hipotética grande aliança com socialistas e liberais. Esses objectivos passam pela "defesa da nação espanhola, porque está ameaçada", pelo "crescimento e criação de emprego", pela manutenção e melhoramento do bem-estar (educação, saúde, entre outras funções do Estado Social), pelo combate contra o terrorismo e ainda pela luta contra a corrupção".

 

Apesar de já ter recusado a sua investidura como primeiro-ministro, por considerar não deter o apoio parlamentar necessário, o presidente dos populares já tinha avisado que não contemplaria a possibilidade de um Governo com a participação do PP mas que não fosse por si chefiado. Essa é uma intenção que Rajoy mantém incólume.

 

Assim sendo, o ainda primeiro-ministro espanhol avisa que se não se concretizar uma grande aliança, restam somente duas opções: ou a celebração de novas eleições gerais, hipótese que o próprio diz não convir a Espanha, mas que está neste momento em cima da mesa das possibilidades; ou a formação de um Governo entre PSOE e Podemos, com apoio directo ou via abstenção de partidos independentistas, o que teria sempre "consequências negativas para o nosso país".

 

Todavia, apesar da disponibilidade demonstrada pelo líder socialista, após ter recebido do rei Felipe VI a responsabilidade de se apresentar no Congresso para tentar formar Governo, para negociar com todos os partidos com assento parlamentar, "da esquerda à direita", sabe-se também que Pedro Sánchez rejeita o cenário de coligação com o PP e a hipótese de viabilizar parlamentarmente um Executivo popular.

 

Também por isso Mariano Rajoy passou ao ataque, classificando, segundo cita o La Vanguardia, o Executivo que Sánchez pretende formar como "uma brincadeira com uma boa dose de irresponsabilidade". E avisou o líder do PSOE de que o PP nunca permitirá a Sánchez executar a pretendida reforma constitucional, até porque "não tem votos suficientes". Por fim, Rajoy acusou Sánchez de nas negociações lá empreendidas com alguns partidos, designadamente os soberanistas, ter ignorado "o problema mais importante" com que Espanha se depara: "A ameaça independentista" na Catalunha.

 

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