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Renzi estabelece a educação como prioridade

Na primeira mensagem oficial como primeiro-ministro no Senado Matteo Renzi definiu "a educação" como a prioridade seguida da reforma da economia e da justiça.

Reuters
24 de Fevereiro de 2014 às 20:23
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No dia da apresentação do seu Governo no Senado e ainda antes da votação da moção de confiança que só vai acontecer já noite dentro, o novo primeiro-ministro Matteo Renzi apresentou esta segunda-feira, 24 de Fevereiro, num discurso de uma hora, as linhas principais do seu programa de Governo.

 

Renzi insistiu nas reformas institucionais e da lei eleitoral pela vontade de ser “o último primeiro-ministro a ter de pedir confiança” do Senado. O político “veloz” garante que se os desafios com que Itália se depara forem perdidos então será “por minha culpa”, mostrando como o ónus político deste Executivo recai sobre ele e o seu partido, o Partido Democratico (PD), especialmente depois da perda de peso político de Angelino Alfano, líder do Novo Centro Direita, que deixou de acumular as funções de vice-primeiro-ministro com a de ministro do Interior, optando apenas por esta última pasta. 

 

“É tempo de sonhar e de ter coragem”, foram algumas das expressões utilizadas por Matteo Renzi para caracterizar os desafios vindouros. O director do “La Repubblica” classificou este como “um discurso de optimismo” relevando o facto de Renzi ter tentado aproximar-se do cidadão comum: “Assumiu-se como um primeiro-ministro presidente de câmara” que se preocupa em chegar junto dos problemas dos “habitantes da cidade”.

 

Além de reforçar a importância de avançar com as já prometidas reformas à lei eleitoral e ao sistema bicameral (Senado e Câmara dos Deputados) o novo primeiro-ministro estabeleceu as prioridades para os primeiros meses de Governo. A primeira prioridade passa pela aposta “na educação” porque é assim que “cresce um país e nasce a sua credibilidade”, explicou. Prometeu manter a rotina que mantinha enquanto presidente da câmara de Florença e “visitar uma escola todas as semanas”. A reforma da justiça tanto ao nível "civel como penal" é também um dos objectivos de Renzi, que pretende acabar com a "morosidade de uma justiça" na qual os italianos "não confiam".

 

Economia

 

Mas se a educação é a grande prioridade, a economia surge como o aspecto mais crítico na conjuntura económica e social transalpina. Depois de agradecer “os resultados” conseguidos pelo seu antecessor e companheiro de partido, Enrico Letta, elencou os três vectores pelos quais vai passar a política económica no futuro próximo: pagamento dos créditos detidos pela administração pública, a criação de um fundo de garantia para as PME’s sem capacidade para aceder ao crédito bancário e a descida de dois dígitos dos custos do factor trabalho para as empresas.

 

Estas são consideradas medidas essenciais, mas nem todas elas são novidades absolutas. A necessidade de crédito mais acessível para as PME ou a redução do custo do trabalho para as empresas eram já problemas identificados pelo Executivo de Letta, por isso o grande desafio passa, tal como refere o analista político Aldo Grasso, pela “substituição do abstracto pelo concreto”.

 

Senado

 

“Dirigimo-nos a vocês [Senado] na ponta dos nossos pés, com o respeito que esta Sala merece”, é uma expressão onde está presente a noção de ambição de um político com aquilo que Aldo Grasso definiu como “formação de líder carismático” com um discurso “diferente e jovem”.

 

A “coragem” de Renzi será testada também na forma como vai conseguir lidar com o Senado, cujo número de senadores pretende reduzir “em função de uma representação ligada ao território”.

 

Acima de tudo o jovem líder italiano quer que o Senado deixe de exercer “uma sobreposição de competências que torna o país ingovernável”. Ver-se-á quantas destas medidas e reformas vai o "veloz e apressado" Renzi conseguir concretizar até 2018, o ano até ao qual pretende levar esta legislatura.

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