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Renzi promete “coragem” e defende necessidade de redução da despesa pública

O novo primeiro-ministro italiano apresentou no Senado o seu novo Governo e vai anunciar o programa que pretende executar até 2018. Continuar a redução de despesa pública e apostar na mobilidade dos funcionários da função pública serão prioridades.

Tony Gentile/Reuters
24 de Fevereiro de 2014 às 13:46
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Na primeira intervenção no Senado como primeiro-ministro, Matteo Renzi garantiu nesta segunda-feira que “este é um Governo de viragem” e que é hora de “ter coragem”. Renzi que vai enfrentar esta tarde a primeira moção de confiança, desde que tomou posse no dia 22 de Fevereiro, assumiu ser fundamental “pôr as contas em ordem pelos nossos filhos”. Para o político, a “chave está na União Europeia”.

 

Reformas

 

Do ponto de vista económico a apresentação do programa do novo Governo não deverá significar uma revolução naquela que era a política seguida pelo anterior primeiro-ministro Enrico Letta. Renzi já garantiu que está “a trabalhar" com Pier Carlo Padoan, ex-economista-chefe da OCDE e seu ministro da Economia e Finanças, prometendo "novidades na próxima semana”.

  

Uma das principais dúvidas prende-se com a eventualidade de aumento de impostos sobre as mais-valias financeiras, medida falada pelo subsecretário da Presidência Del Rio. O diário italiano “Corriere della Sera” escreve que vários especialistas garantem que este tipo de imposto conseguiria no máximo algo próximo dos mil milhões de euros.

 

Apesar da reduzida margem de encaixe desta iniciativa, o novo chefe do executivo, Matteo Renzi, deverá apostar no aumento das taxas sobre rendimentos de aplicações financeiras, indo ao encontro da vontade do novo ministro da Economia e Finanças que, desde há muito, defende um tratamento fiscal mais equilibrado entre trabalho e rendimentos de capital.

 

De acordo com as previsões de analistas consultados pela imprensa italiana, esta será sempre uma medida simbólica, não apenas pelo marginal aumento de captação de receita, mas também porque Padoan não pretende “assustar” os mercados de quem Roma depende para financiar cerca de 400 mil milhões de euros em títulos da dívida - a dívida pública italiana é das mais elevadas da Europa, devendo ter voltado a subir para o equivalente a 132,9% do PIB em 2013.

 

A grande aposta do Governo Renzi, em termos económicos, continuará a passar pela redução da despesa pública. Um trabalho coordenado por Carlo Cottarelli, economista do FMI, mostra que ainda em 2014 poderão ser cortados 4 mil milhões de euros. O objectivo da redução de 32 mil milhões de euros de despesa até 2016 mantém-se de pé com Renzi e Padoan.

 

Apesar dos contornos ainda não serem conhecidos, uma reforma da administração pública deverá estar na calha tendo em conta as informações avançadas pelo “Corriere della Sera”. Uma das medidas que Renzi irá apresentar no Senado deve passar pela mobilidade dos funcionários públicos, no sentido de garantir maior flexibilidade e ajustamento às necessidades do serviço público.

 

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