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Ministro francês do Interior confirma megaoperação de caça aos suspeitos do ataque ao Charlie Hebdo

Nesta altura, segundo as informações veiculadas pela imprensa internacional, os dois suspeitos estarão barricados numa gráfica em Dammartin-en-Goële, Seine-et-Marne, onde fizeram um refém. François Hollande já falou ao país esta manhã, elogiando a solidariedade internacional e apelando à união dos franceses.

Christian Hartmann/Reuters
09 de Janeiro de 2015 às 09:33
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O ministro francês do Interior confirmou, esta manhã, que está em curso uma megaoperação para capturar os homens suspeitos de matar 12 pessoas num ataque às instalações do jornal satírico Charlie Hebdo, esta quarta-feira.  

 

"Está em curso uma operação em Dammartin-en-Goële, o GIGN (corpo de intervenção) vai para o local", anunciou o ministro Bernard Cazeneuve, citado pelos meios de comunicação internacionais.

 

A operação foi oficialmente anunciada depois do registo de uma troca de tiros, esta manhã, a norte de Paris, a poucos quilómetros do aeroporto de Roissy. 

 

Um porta-voz do ministério do Interior confirmou à rádio France Info que houve uma troca de tiros com polícias na estrada N2, mas ninguém ficou ferido no confronto, ao contrário do que avançavam os meios de comunicação internacionais, referindo dois mortos e cerca de 20 feridos. Em seguida, os irmãos dirigiram-se para a zona industrial de Dammartin-en-Goële e fizeram um refém, confirmou a polícia francesa. 

 

Nesta altura, segundo as informações veiculadas pela imprensa internacional, os dois suspeitos estarão barricados numa gráfica em Dammartin-en-Goële no departamento de Seine-et-Marne, a nordeste de Paris, onde fizeram reféns.

 

Segundo a imprensa francesa, esta manhã, houve ainda registo do roubo de uma viatura em Montagny Sainte-Félicité, no departamento de Oise, por dois indivíduos armados correspondentes aos irmãos Kouachi.

 

O presidente francês, François Hollande, falou esta manhã numa conferência de imprensa no ministério do Interior, não fazendo, contudo, qualquer referência ao cerco policial montado em Dammartin-en-Goële.  

 

Hollande garantiu que aqueles que decidirem participar nas manifestações agendadas para este fim-de-semana serão protegidos pela polícia. "São os cidadãos que decidem se vão ou não às manifestações", sublinhou. 

 

O presidente gaulês elogiou a forte "solidariedade internacional" com o país, na sequência do ataque, lembrando também os que, em França, trabalham para o bem do serviço público. "França tem um Estado. É uma força, é uma garantia. Um Estado com trabalhadores que agem em nome do interesse público, tendo boa consciência da sua missão".

 

Hollande disse ainda ter confiança na forma como os serviços de segurança estão a actuar no rescaldo do ataque aos escritórios do Charlie Hebdo. "Tenho confiança no nosso país. E os nossos recursos funcionam melhor quando estamos juntos".

 

Também Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, se pronunciou sobre o rumo dos acontecimentos insistindo na necessidade de o país encontrar soluções para lidar com o fundamentalismo islâmico.

 

"Estes dois assassinos precisam de enfrentar as consequências. São necessárias soluções para lidar com o fundamentalismo islâmico", referiu Marine Le Pen. "É preciso responder à guerra que foi declarada a França".  

 

(Notícia em actualização)

 
Quem são os irmãos Kouachi?
É a pergunta que mais se faz nos média franceses: mas, afinal, quem são os "fréres" Kouachi? Chérif, 32 anos, e Said, 34, têm nacionalidade francesa. O mais novo foi condenado a três anos de prisão em 2008 por recrutar activistas para combaterem pela al-Qaeda no Iraque. No entanto, acabou por cumprir apenas 18 meses. Uma das pistas aponta que a radicalização dos Kouachi poderá ter acontecido numa mesquita no distrito de Stalingrad em Paris, por influência de Farid Benyettou, um íman considerado radical, conta a BBC.
 
Outra das pistas aponta que Chérif tinha como parceiro na célula de recrutamento Boubaker al-Hakim, um militante com ligações à al-Qaeda no Iraque e procurado na Tunísia pelo homícidio de dois políticos deste país do Norte de África. Em 2010, os dois irmãos surgem sob os radares das autoridades gaulesas envolvidos num plano para libertar um islamista da prisão. Os dois irmãos foram investigados pelas autoridades por envolvimento neste plano, que não avançou, mas nunca foram condenados por falta de provas.
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