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Charlie Hebdo: Mourad entrega-se à polícia

O mais jovem dos presumíveis atacantes ter-se-á rendido depois de ver o seu nome divulgado nas redes sociais, avançam a AFP e o Le Monde.

DR
08 de Janeiro de 2015 às 04:19
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Ao final do dia 7 de Janeiro, a polícia francesa já tinha em sua posse os nomes dos três homens que pelas 11h20 da manhã (hora de Lisboa) tinham atacado a redacção do semanário francês Charlie Hebdo, em Paris, matando 12 pessoas e ferindo 11, quatro delas com bastante gravidade.

 

Noite fora, o número de polícias foi aumentado em Reims, no bairro Croix-Rouge, onde acreditavam que os três homens estariam. Os dois irmãos Chérif e Saïd Kouachi, de 32 e 34 anos, não foram ainda localizados, mas o terceiro suspeito, de 18 anos, entregou-se às autoridades pelas 22 horas de Lisboa, segundo a agência noticiosa AFP.

 

Citando uma fonte próxima da investigação, a Agence France Presse diz que Hamyd Mourad decidiu entregar-se "depois de ver que o seu nome circulava nas redes sociais".

 

Também o jornal francês Le Monde está a avançar com a mesma informação, referindo que Hamyd Mourad se apresentou no comissariado de Charleville-Ménzières. Uma fonte policial afirmou ao Le Monde que de momento não foi ainda apresentada qualquer acusação contra Mourad e que o actual processo é de verificação dos factos.

 

No ataque ao Charlie Hebdo perderam a vida cinco cartoonistas (Stéphane Charbonnier, conhecido por Charb, que era também o director daquela publicação semanal; Georges Wolinski; Jean Cabut [conhecido como Cabu]; Bernard Verlhac [conhecido como Tignous]; e Philippe Honoré) e morreram também uma cronista/psicanalista (Elsa Cayat), um revisor de texto (Mustapha Ourrad), um economista/cronista (Bernard Maris, que assinava como Oncle Bernard – Tio Bernard), um antigo chefe de gabinete da câmara de Clermont-Ferrand (Michel Renaud), um agente de manutenção do edifício (Frédéric Boisseau) e dois polícias (Franck Brinsolaro e Ahmed Merabet).

 

Entre os quatro feridos graves estão Philippe Lançon – crítico literário no Libération e cronista regular do Charlie Hebdo – e dois polícias.

 

Após este ataque, a França decretou dia de luto nacional para o 8 de Janeiro. Foi a quinta vez nos actuais 56 anos de vigência da 5ª República em França.

 

Por todo o país, milhares de pessoas - vários órgãos de informação avançaram que o número ascendeu a 100.000 - foram-se congregando em manifestações espontâneas, um movimento que rapidamente se alastrou a outras regiões do mundo, como Londres (Reino Unido), Nova Iorque (EUA), Tirana (Albânia), Pristina (Kosovo), Buenos Aires (Argentina). Rio de Janeiro (Brasil), Bogotá (Colômbia), Montreal (província canadiana do Quebec) e Lima (Peru)."Nós não temos medo" foi uma constante nos cartazes que se ergueram nas ruas.

 

Nas redes sociais, as palavras de solidariedade e incredulidade avolumam-se. Foram já criados grupos e páginas no Facebook, como ‘Je suis Charlie’ (o meu nome é Charlie) ou ‘Charlie n’est pas mort’ (O Charlie não morreu). A Google, na sua página francesa, colocou um pequeno laço preto em memória dos falecidos neste ataque.

 

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