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Itália revê em baixa crescimento de 0,8% em 2014

O primeiro-ministro italiano revelou esta terça-feira que a economia italiana deverá expandir apenas 0,8% este ano. Já o défice orçamental deverá diminuir a um passo mais lento do que havia sido estabelecido.

Tony Gentile/Reuters
09 de Abril de 2014 às 10:42
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O Governo italiano anunciou esta terça-feira ao final do dia, pela voz do primeiro-ministro Matteo Renzi, que a economia vai crescer mais lentamente do que inicialmente estimado e que o défice irá decrescer menos do que tinha sido estabelecido. Renzi anunciou uma expansão económica de 0,8% em 2014 e de 1,3% em 2015. Em 2016 e 2017 o crescimento do PIB deverá ser de 1,6% e 1,8% respectivamente. Ainda assim Renzi disse esperar ser “desmentido” na revisão em baixa destes valores.

 

Apesar da revisão em baixa das previsões de crescimento do novo Executivo italiano, depois de em Setembro passado o antecessor de Renzi, Enrico Letta, ter previsto para 2014 um crescimento de 1%, o FMI, ao início da tarde de terça-feira, revelava as previsões inscritas no World Economic Outlook que estimam uma expansão económica ainda mais lenta para Itália. A instituição liderada por Christine Lagarde prevê um avanço da economia transalpina de apenas 0,6% este ano e de 1,1% em 2015.

 

Já em relação ao défice, a revisão das previsões mostra uma dificuldade adicional para a afirmação do rigor das contas públicas. O défice em relação ao PIB será de 2,6% em 2014, de 2% no próximo ano e de 1,5% em 2016. Tomando em linha de conta que o défice será reduzido a um passo mais lento do que o acordado com as instituições europeias, o ministro da Economia Pier Carlo Padoan, citado pelo “La Repubblica”, sublinhou que “o respeito pelos parâmetros europeus é essencial para a recuperação”. Note-se que há cerca de um mês o Banco Central Europeu tinha aconselhado Roma a dar maior importância à consolidação orçamental e à redução do défice.

 

Já a percentagem em relação ao PIB da dívida pública italiana também deverá continuar a crescer, devendo terminar o ano em 134,9%, depois do recorde de 132,6% no ano passado. De acordo com os números avançados a economia italiana irá recuperar de forma mais lenta este ano, assumindo-se 2015 como um ano de maior crescimento e consolidação.

 

O recém nomeado chefe do Executivo explicou aos jornalistas, na apresentação das previsões económicas, quais as medidas em agenda: “Hoje aprovámos o corte na carga fiscal sobre a produção e o consumo. Depois será a diminuição dos impostos sobre o trabalho e em Abril será a vez da [reforma] Administração Pública, em Maio o sistema fiscal e em Junho a da justiça”. A redução da despesa pública é outra das medidas consideradas essencais. Renzi garantiu que em 2014, partindo do mês de Maio, o Governo vai promover uma poupança, através da redução dos gastos públicos, de 4,5 mil milhões de euros.

 

Bruxelas está atenta

 

As autoridades de Bruxelas garantem que irão olhar com atenção para as últimas notícias provenientes de Roma. O porta-voz do comissário europeu Olli Rehn (que suspendeu as funções em virtude da candidatura a presidente da Comissão Europeia), Simon O'Connor, disse que "vamos fazer alguma obervações preliminares ainda hoje". "Itália necessita assegurar um orçamento equilibrado em termos estruturais".

 

O'Connor avisou ainda que serão analisados "com todo o cuidado o programa de reformas e o programa de estabilidade que serão votados no Parlamento [italiano] na próxima semana". 

 

(Notícia actualizada às 14h02m com informação sobre Bruxelas) 

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