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Espanha: Bases da Esquerda Unida votam acordo ainda por concluir com o Podemos

Os militantes da Esquerda Unida são chamados a votar o acordo, que ainda está a ser negociado, com o Podemos com vista a uma coligação pré-eleitoral. Já Sánchez avisa que o PSOE nunca fará uma aliança com o PP.

Reuters
02 de Maio de 2016 às 14:14
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Esta segunda-feira, 2 de Maio, é o primeiro de três dias ao longo dos quais as bases da Esquerda Unida (IU, pró-comunista) vão pronunciar-se sobre o acordo, ainda por fechar, com o Podemos e que tem como objectivo formalizar uma coligação pré-eleitoral tendo em vista as eleições gerais que deverão ser agendadas para o próximo dia 26 de Junho.

 

Nos primeiros dois dias as votações dos 20 mil militantes e cerca de 50 mil simpatizantes da IU são feitas via internet, enquanto na quarta-feira serão presenciais. E os militantes da IU terão de dizer se estão de acordo com a possibilidade de o partido se coligar ao Podemos, ou outras forças políticas, com vista a um pacto ao nível nacional. Mas apesar de bem encaminhadas, as negociações entre IU e Podemos não foram ainda concluídas. E, segundo refere o El País, alguns críticos pró-comunistas a este acordo mostram a sua oposição ao que seria um "cheque em branco" ao partido liderado por Pablo Iglesias (na foto).

 

Mas a direcção da IU defende a concretização de uma aliança com o Podemos para as eleições que o rei Felipe VI deverá agendar esta terça-feira para dia 26 de Junho (26-J), assegurando que será sempre um acordo que "garanta a visibilidade" de cada um dos partidos bem com o respeito pela respectiva "identidade" e "programas".

 

Os resultados serão conhecidos na próxima quinta-feira e deverão dar luz verde à formalização de um acordo que permita a estas forças da esquerda apresentar uma coligação conjunta com mais possibilidades de ultrapassar a votação do PSOE. Mas há ainda várias arestas por limar como, por exemplo, a posição que poderá ocupar Alberto Garzón, líder da IU, nas listas conjuntas. Nas eleições gerais de 20 de Dezembro a IU elegeu dois deputados e a votação deste partido somada à do Podemos permitiria a uma hipotética aliança ficar à frente do PSOE, que ficou em segundo com 90 deputados, o pior resultado socialistas deste o fim do regime de Franco.

 

Sánchez mantém rejeição a qualquer pacto com o PP

 

Com movimentações à esquerda, que têm como principal objectivo amalgamar PP e PSOE e relegar este partido para a posição de segunda força da esquerda espanhola, o secretário-geral socialista, Pedro Sánchez, reiterou este fim-de-semana o aviso de que continua a recusar a quaisquer entendimentos com o PP. Tanto agora como depois das eleições de 26-J.

 

Num encontro do comité federal socialista, realizado no passado sábado, Sánchez disse que "não nos vamos aliar [ao PP], somos um partido radicalmente distinto".

 

De acordo com o jornal ABC, Mariano Rajoy, primeiro-ministro ainda em funções, avisou Sánchez, também este fim-de-semana, de que depois das próximas eleições os socialistas não poderão prosseguir uma política baseada em vetos. Recorde-se que Sánchez rejeitou apoiar qualquer solução governativa que incluísse o PP e nem sequer considerou a proposta de Rajoy para uma grande aliança dos partidos chamados moderados: PP, PSOE e Cidadãos.

 

Independentemente dos resultados de 26-J, Sánchez afiança que sob a sua liderança o PSOE não se coligará nem apoiará um Governo do PP. Segundo refere a imprensa espanhola, neste encontro socialista feito à porta fechada, Sánchez terá ainda deixado cair o "acordo de legislatura" assinado no final de Fevereiro com o Cidadãos de Albert Rivera.

 

Sánchez acreditará que aquele partido de centro pode ser uma peça importante enquanto força política de "mudança" se se aliar ao PSOE, mas teme que um resultado que garanta a maioria parlamentar a uma eventual aliança PP-Cidadãos arraste o partido de Rivera para os braços dos populares.

 

Sendo certa a posição de Pedro Sánchez, muito pode ainda mudar no seio do PSOE. Tendo em conta que o partido realizará primárias em meados deste mês, e que há divisões no partido no que concerne à posição negocial a adoptar, com Susana Díaz, presidente do Governo autonómico da Andaluzia, a surgir como uma voz critica à liderança de Sánchez, contando ainda com o apoio de figuras cimeiras do partido, é possível que haja mudanças na liderança do PSOE antes de 26-J. 

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