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PSOE propõe Governo com independentes mas Cidadãos tira tapete a Sánchez

Depois de o Compromís ter apresentado uma proposta para um Governo do PSOE com independentes no elenco, os socialistas solicitaram o apoio do Cidadãos. Mas o partido de Rivera já rejeitou a proposta e a realização de novas eleições mantém-se como o cenário mais provável.

Reuters
26 de Abril de 2016 às 13:57
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Numa altura em que o rei de Espanha, Felipe VI, continua com as audiências aos líderes dos partidos com maior representação parlamentar, e apesar da proposta de "última hora" feita na manhã desta terça-feira, 26 de Abril, pelo Compromís com vista à formação de um Governo das esquerdas, tudo indica que venham a ser agendadas novas eleições gerais.

 

Depois do breve encontro com Felipe VI, Albert Rivera, líder do Cidadãos, anunciou ao final da manhã que o seu partido se recusa a "avaliar no último dia" a "proposta de três folhas" apresentada pelo Compromís para um Executivo liderado pelo secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, num elenco governativo com independentes. Rivera disse ainda ter constatado junto do monarca espanhol o "bloqueio" político em Espanha.

 

Esta manhã o PSOE havia apresentado uma contraproposta à proposta de 30 medidas enviada às 9:00 da manhã desta terça-feira pelo Compromís aos partidos da esquerda parlamentar e que pressupõe um Governo liderado por Pedro Sánchez que se comprometeria a submeter-se, dentro de dois anos, no Congresso espanhol (equivalente à Assembleia da República) a uma moção de confiança. Os partidos de esquerda comprometer-se-iam a viabilizar os dois próximos orçamentos do Estado.

 

O partido de Sánchez disse concordar com 27 das 30 medidas propostas pelo Compromís, solicitando de seguida o apoio parlamentar do Cidadãos, partido com o qual assinou no final de Fevereiro um "acordo de legislatura", a um Executivo do PSOE com independentes. "Se Pedro Sánchez tiver o apoio do Cidadãos, Podemos e suas confluências, e do Compromís, apresentará a sua candidatura à investidura", concedeu Antonio Hernando, porta-voz socialista. 

Só que a resposta do Cidadãos foi pronta e chegou ainda antes de Rivera chegar à Zarzuela para se encontrar com Felipe VI. "Não vamos apoiar a proposta do Compromís nem a contraproposta do PSOE", disse José Manuel Villegas, vice-presidente do Cidadãos.

A proposta da coligação valenciana dirigiu-se às outras duas confluências regionais apoiadas pelo Podemos (En Comú Podem, da Catalunha, e En Marea, da Galiza), ao próprio Podemos, ao PSOE e ainda à Esquerda Unida (IU, pró-comunista). Contudo todos estes partidos e movimentos somam apenas 161 deputados, o que dificilmente seria suficiente para assegurar - mesmo numa segunda votação (em que basta uma maioria simples) – a investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro. Seria necessária, pelo menos, a abstenção do Cidadãos.

Daí a importância do apoio, entretanto negado, do Cidadãos. Partido este que insistiu esta manhã na solução apresentada na semana passada de um Governo liderado por um independente e apoiado por PP, PSOE e Cidadãos. Já o Podemos disse ver "com bons olhos" a solução apresentada pela coligação valenciana (Compromís).

Felipe VI reune-se hoje ainda com Pablo Iglesias, secretário-geral do Podemos, com Pedro Sánchez e, por fim, com Mariano Rajoy, presidente do PP e primeiro-ministro ainda em funções. Com esta rejeição do Cidadãos e com a de todo improvável possibilidade de tanto o PSOE como o PP aceitarem apoiar um Executivo liderado por um independente, tudo indica que o rei de Espanha, constatando a inexistência de um candidato à investidura com possibilidades reais de eleição, seja obrigado a dissolver as cortes e a convocar novas eleições gerais, ao que tudo indica para dentro de dois meses, a 26 de Junho. 

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