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Dijsselbloem e Carney fora da corrida ao FMI. Centeno, Olli Rehn e Nadia Calviño ganham força

O Politico escreve que tanto Dijsselbloem como Carney foram afastados da corrida à liderança do Fundo Monetário Internacional.

Lusa
18 de Julho de 2019 às 12:45
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O ex-presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, deverão ter sido afastados da corrida à liderança do Fundo Monetário Internacional (FMI), ganhando assim força os outros três nomes referidos na imprensa - Mário Centeno, Nadia Calviño (ministra das Finanças espanhola) ou Olli Rehn (governador do Banco da Finlândia e ex-comissário europeu) -, avança o Politico esta quinta-feira, 18 de julho.

"O desvanecer das hipóteses [de Carney e Dijsselbloem] melhoraram as perspetivas de candidatos como o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, de Portugal, a ministra das Finanças espanhola Nadia Calviño e o governador do banco central finlandês Olli Rehn", escreve a publicação especializada em assuntos europeus.

A discussão à volta de um nome continua hoje no encontro do G7 (onde estão Itália, Alemanha, Reino Unido, França, EUA, Japão e Canadá) e um consenso deverá ser alcançado até ao final do mês. As negociações informais estão a ser lideradas por Bruno Le Maire, ministro das Finanças de França, o país anfitrião desta edição do G-7. O próprio já se excluiu da corrida, segundo a France24, órgão que acrescenta o nome do socialista francês Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, como potencial candidato.

De acordo com as fontes citadas pelo Politico, tanto Dijsselbloem como Carney, vistos anteriormente como favoritos ao lugar deixado vago por Christine Lagarde - que vai ser a próxima presidente do Banco Central Europeu -, estão fora da corrida por enfrentarem a oposição de vários países. O Financial Times também avança com a mesma informação assim como a Euronews.

No caso de Dijsselbloem, Itália e Reino Unido não o apoiam, sendo também certo que os restantes países do Sul da Europa são contra a sua nomeação. O ex-ministro das Finanças holandês é conhecido pelas suas declarações polémicas: "Não posso gastar o meu dinheiro todo em copos e mulheres e pedir-lhe de seguida a sua ajuda", disse, referindo-se a esses países, o que criou uma forte polémica no final do seu já conturbado mandato no Eurogrupo.

Já Mark Carney, apesar de ser um candidatos com experiência profissional a nível internacional, deverá ser bloqueado por ser conotado como um candidato do Reino Unido, que está prestes a sair da União Europeia. À Euronews, uma fonte envolvida nas negociações informais disse que Carney "tem o passaporte errado, caso contrário toda a gente iria adorá-lo" para diretor-geral do FMI.

O nome de Mário Centeno foi noticiado ontem como estando numa short list para suceder Lagarde a partir de 12 de setembro. O comentador político Luís Marques Mendes, do PSD, disse no passado domingo, nas suas notas habituais na SIC Notícias, que "em princípio, Mário Centeno será candidato a deputado pelo Partido Socialista (como já tinha sido em 2015) e que, se o PS ganhar as eleições, irá continuar no Governo e, desse modo, manterá também o cargo de Presidente do Eurogrupo".

 

"Sairá do Governo, muito provavelmente no segundo semestre de 2021, depois da Presidência Portuguesa da União Europeia, para ocupar um cargo internacional, eventualmente na OCDE, no FMI ou Banco Mundial", acrescentou Marques Mendes.

A liderança do FMI é historicamente detida por um europeu dado que existe um acordo informal com os Estados Unidos em que estes ficam com a presidência do Banco Mundial. Foi isso que aconteceu este ano quando Donald Trump nomeou David Malpass, ex-secretário do Tesouro norte-ameriano, para o Banco Mundial e o seu nome não teve a oposição dos países europeus. Contudo, a imprevisibilidade da atual Casa Branca e a pressão dos países emergentes para ficarem com o cargo tornam a escolha incerta.

Em termos formais, a escolha do sucessor de Lagarde caberá ao conselho de administração composto por 24 membros. Apesar de os EUA darem o maior contributo financeiro ao FMI e, por isso, terem a maior percentagem de votos, os países europeus em conjunto têm uma força maior do que Washington.
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