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Dijsselbloem e Carney fora da corrida ao FMI. Centeno, Olli Rehn e Nadia Calviño ganham força
O Politico escreve que tanto Dijsselbloem como Carney foram afastados da corrida à liderança do Fundo Monetário Internacional.
"O desvanecer das hipóteses [de Carney e Dijsselbloem] melhoraram as perspetivas de candidatos como o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, de Portugal, a ministra das Finanças espanhola Nadia Calviño e o governador do banco central finlandês Olli Rehn", escreve a publicação especializada em assuntos europeus.
De acordo com as fontes citadas pelo Politico, tanto Dijsselbloem como Carney, vistos anteriormente como favoritos ao lugar deixado vago por Christine Lagarde - que vai ser a próxima presidente do Banco Central Europeu -, estão fora da corrida por enfrentarem a oposição de vários países. O Financial Times também avança com a mesma informação assim como a Euronews.
No caso de Dijsselbloem, Itália e Reino Unido não o apoiam, sendo também certo que os restantes países do Sul da Europa são contra a sua nomeação. O ex-ministro das Finanças holandês é conhecido pelas suas declarações polémicas: "Não posso gastar o meu dinheiro todo em copos e mulheres e pedir-lhe de seguida a sua ajuda", disse, referindo-se a esses países, o que criou uma forte polémica no final do seu já conturbado mandato no Eurogrupo.
Já Mark Carney, apesar de ser um candidatos com experiência profissional a nível internacional, deverá ser bloqueado por ser conotado como um candidato do Reino Unido, que está prestes a sair da União Europeia. À Euronews, uma fonte envolvida nas negociações informais disse que Carney "tem o passaporte errado, caso contrário toda a gente iria adorá-lo" para diretor-geral do FMI.
O nome de Mário Centeno foi noticiado ontem como estando numa short list para suceder Lagarde a partir de 12 de setembro. O comentador político Luís Marques Mendes, do PSD, disse no passado domingo, nas suas notas habituais na SIC Notícias, que "em princípio, Mário Centeno será candidato a deputado pelo Partido Socialista (como já tinha sido em 2015) e que, se o PS ganhar as eleições, irá continuar no Governo e, desse modo, manterá também o cargo de Presidente do Eurogrupo".
"Sairá do Governo, muito provavelmente no segundo semestre de 2021, depois da Presidência Portuguesa da União Europeia, para ocupar um cargo internacional, eventualmente na OCDE, no FMI ou Banco Mundial", acrescentou Marques Mendes.
A liderança do FMI é historicamente detida por um europeu dado que existe um acordo informal com os Estados Unidos em que estes ficam com a presidência do Banco Mundial. Foi isso que aconteceu este ano quando Donald Trump nomeou David Malpass, ex-secretário do Tesouro norte-ameriano, para o Banco Mundial e o seu nome não teve a oposição dos países europeus. Contudo, a imprevisibilidade da atual Casa Branca e a pressão dos países emergentes para ficarem com o cargo tornam a escolha incerta.