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Costa diz que "Centeno no FMI é hipótese, mas não é objetivo"
O primeiro-ministro admitiu que o seu ministro das Finanças está a ser considerado para o Fundo, mas garantiu que esse cargo não era um objetivo para Portugal.
O nome Mário Centeno está em cima da mesa para ser o próximo diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), cargo deixado vago por Christine Lagarde que vai para presidente do Banco Central Europeu (BCE). Em entrevista à Rádio Observador, o primeiro-ministro confirmou essa hipótese, mas garantiu que essa não é uma prioridade.
"Centeno no FMI é hipótese mas não é objetivo", disse António Costa quando questionado sobre a especulação dos últimos dois dias. "Sei também que não era um objetivo de vida pessoal [de Mário Centeno]", revelou o primeiro-ministro, recusando fazer previsões sobre o desfecho deste processo. Costa referiu que "há um número limitado de ministros das Finanças da União Europeia numa shortlist".
António Costa admitiu que caso Mário Centeno vá para o FMI isso obrigará a redesenhar a sua estratégia e o seu próximo Governo, se ganhar as eleições. Sobre a sua relação com Centeno, Costa revelou que os dois já discordaram, mas "nunca" houve uma "situação de ruptura" entre os dois.
Mas o FMI não é a prioridade. O primeiro-ministro explicou que o foco do Governo está mais na União Europeia e na distribuição das pastas para os países na Comissão Europeia. "O objetivo que temos neste quadro situa-se no âmbito da União Europeia", afirmou.
Costa confirmou que já conversou com Ursula von der Leyen, que foi eleita na terça-feira a primeira mulher presidente da Comissão Europeia, e garantiu que irá apresentar dois nomes, um homem e uma mulher, para a pasta que for entregue a Portugal.
Contudo, não quis antecipar nomes dado que estes serão escolhidos em função da área em questão. O desejo do Governo português é ficar com a pasta relacionada com os fundos europeus e o orçamento plurianual, mas tudo dependerá da negociação a nível europeu.
Costa garantiu apenas que caso Mário Centeno continue como presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças em Portugal, tal deverá significar que não haverá tanto interesse na pasta do euro e dos assuntos económicos na Comissão Europeia.
(Notícia atualizada com mais informação às 9h13)