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Governo holandês quer Dijsselbloem na liderança do FMI

Christine Lagarde abandona o FMI a 12 de setembro. A entrega da sua demissão abriu a porta ao processo de seleção do seu sucessor e já há vários nomes na mesa. O ex-presidente do Eurogrupo é um deles.

Reuters
17 de Julho de 2019 às 15:42
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O Governo holandês quer que o ex-presidente do Eurogrupo e ex-ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem, seja o próximo diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI). A atual líder do FMI, Christine Lagarde, apresentou ontem a sua demissão para fazer as malas para o Banco Central Europeu (BCE) e abriu a porta ao processo de seleção do seu sucessor. 

A notícia é avançada pela Bloomberg, citando uma pessoa familiar com o assunto, que revela que o atual Governo holandês (liderado pelos liberais de Mark Rutte) está a fazer campanha por Dijsselbloem (membros dos holandeses socialistas).

Entre 2011 e 2018, o holandês foi ministro das Finanças e em 2013 tornou-se o presidente do Eurogrupo, o grupo informal dos ministros das Finanças da Zona Euro que é agora liderado por Mário Centeno. 

Dijsselbloem, tal como Lagarde, esteve no epicentro das decisões tomadas durante a crise das dívidas soberanas na União Europeia, em particular nos programas de assistência financeira à Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre. 

Neste momento, desde maio, Dijssolbloem é o presidente do Dutch Safety Board, um organismo que pode investigar acidentes industriais ou as condições de segurança das empresas.
 
O ex-presidente do Eurogrupo - cuja polémica sobre os gastos em "copos e mulheres" nos países do Sul assombrou o seu final de mandato - é mais um nome na lista de possíveis candidatos ao cargo deixado vago por Lagarde. O nome de Mark Carney (que tem raízes no Reino Unido, Canadá e Irlanda), governador do Banco de Inglaterra, cargo que abandonará no início de 2020, tem sido visto como o mais preparado para o cargo.

A Bloomberg refere também os nomes da ministra das Finanças de Espanha, Nadia Calvino, e o governador do Banco da Finlândia, Olli Rehn, que foi comissário europeu para os Assuntos Económicos. 

A liderança do FMI é historicamente detida por um europeu dado que existe um acordo informal com os Estados Unidos em que estes ficam com a presidência do Banco Mundial. Foi isso que aconteceu este ano quando Donald Trump nomeou David Malpass, ex-secretário do Tesouro norte-ameriano, para o Banco Mundial e o seu nome não teve a oposição dos países europeus. Contudo, a imprevisibilidade da atual Casa Branca e a pressão dos países emergentes para ficarem com o cargo tornam a escolha incerta.

O próximo diretor-geral do FMI - cujo principal papel passa por ajudar financeiramente os países em risco de incumprimento - terá de lidar com a crise económica na Argentina, na Venezuela e na Turquia, assim como na dificuldade em fazer funcionar o multilateralismo que Trump tem contornado. O mandato de Christine Lagarde tem sido elogiado, apesar das críticas à austeridade aplicada na Europa, pelo que a expectativa é elevada.

Em termos formais, a escolha do sucessor de Lagarde caberá ao conselho de administração composto por 24 membros. Apesar de os EUA darem o maior contributo financeiro ao FMI e, por isso, terem a maior percentagem de votos, os países europeus em conjunto têm uma força maior do que Washington. 
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