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Lagarde diz adeus ao FMI a 12 de setembro. Deverá entrar no BCE a 1 de novembro
A diretora-geral do FMI vai abandonar oficialmente o FMI a 12 de setembro. A francesa está prestes a suceder Draghi cujo mandato à frente do BCE termina a 31 de outubro.
A atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, entregou a sua demissão à comissão executiva do FMI com efeito prático a 12 de setembro. Essa é a data em que deverá ser ouvida no Parlamento Europeu, um dos últimos passos até chegar a Frankfurt, à sede do Banco Central Europeu (BCE), a 1 de novembro, substituindo o atual presidente, Mario Draghi.
Apesar de continuar no FMI até setembro, mantém-se a renúncia às responsabilidades enquanto diretora-geral que foram assumidas por David Lipton, o seu número dois, desde que Lagarde aceitou a nomeação feita pelo Conselho Europeu, órgão que reúne os chefes de Estados dos 28 países da União Europeia e que tem a palavra decisiva (e final) na nomeação do presidente do BCE.
"Com maior clarificação agora no processo da minha nomeação para presidente do BCE e do tempo que demorará, eu tomei esta decisão no melhor interesse do Fundo uma vez que assim irá agilizar o processo de seleção do meu sucessor", explica a francesa em comunicado enviado às redações esta terça-feira, 16 de julho. Após ter sido a primeira mulher a liderar o FMI, Christine Lagarde será a primeira mulher à frente do BCE.
Em reação, a comissão executiva aceitou a demissão e elogiou-a, afirmando que com a "orientação" de Lagarde, o FMI ajudou os seus membros a navegar um "complexo e sem precedente conjunto de desafios, incluindo o impacto da crise financeira mundial e as suas réplicas".
A comissão executiva do FMI arrancará em breve com a seleção de um novo diretor-geral, sendo já vários os nomes que são falados da imprensa. Mark Carney, atual governador do Banco de Inglaterra, é visto como o candidato mais forte neste momento.
"Não há uma altura certa para sair"
Na carta de despedida do FMI, Christine Lagarde admite que "não há uma altura certa para sair", referindo que abandona o cargo com "muitas emoções mistas". O seu mandato, que foi renovado em 2016, só iria terminar em 2021.
Por fazer fica trabalho "desafiante", nomeadamente a garantia de que os países chegam a acordo sobre as quotas financeiras que permitirão ao FMI ter capacidade financeira para implementar programas de assistência financeira aos países com problemas na balança de pagamentos (desequilíbrios externos), como foi o caso de Portugal em 2011.
Apesar disso, a ex-ministra das Finanças francesa faz um balanço positivo do seu mandato de oito anos à frente do Fundo. "Estou muito orgulhosa do trabalho que conseguimos fazer em conjunto", escreveu, referindo-se à comissão executiva. Admitindo que houve "divisões" de opinião, Lagarde elogiou a forma como as discussões foram "civilizadas e respeitadoras" com um elevado grau de "excelência" técnica.
Na despedida, Christine Lagarde diz ter a "consolação" de que verá a equipa do FMI duas vezes por ano, pelo menos, nos encontros anuais e nos de primavera que juntam as principais figuras do mundo financeiro, incluindo o presidente do BCE e os representantes do FMI.
De olhos no futuro, a francesa diz que, tal como o FMI, o BCE é uma instituição com "excelência intelectual, integridade na pesquisa e análise, independência e um elevado compromisso com o serviço público". O seu foco será agora "mais europeu, aprofundado nos assuntos relacionados com a política monetária e a estabilidade financeira". "Irei aprender nessa aventura com eles [a equipa do BCE] como aprendi nesta aventura convosco", rematou.
Apesar de continuar no FMI até setembro, mantém-se a renúncia às responsabilidades enquanto diretora-geral que foram assumidas por David Lipton, o seu número dois, desde que Lagarde aceitou a nomeação feita pelo Conselho Europeu, órgão que reúne os chefes de Estados dos 28 países da União Europeia e que tem a palavra decisiva (e final) na nomeação do presidente do BCE.
Em reação, a comissão executiva aceitou a demissão e elogiou-a, afirmando que com a "orientação" de Lagarde, o FMI ajudou os seus membros a navegar um "complexo e sem precedente conjunto de desafios, incluindo o impacto da crise financeira mundial e as suas réplicas".
A comissão executiva do FMI arrancará em breve com a seleção de um novo diretor-geral, sendo já vários os nomes que são falados da imprensa. Mark Carney, atual governador do Banco de Inglaterra, é visto como o candidato mais forte neste momento.
Today I informed the #IMF Board that I will resign as Managing Director of the International Monetary Fund, effective September 12. It has been a privilege to serve our 189 member countries with the devoted staff of this institution. https://t.co/WLso6ydrTE
— Christine Lagarde (@Lagarde) July 16, 2019
"Não há uma altura certa para sair"
Na carta de despedida do FMI, Christine Lagarde admite que "não há uma altura certa para sair", referindo que abandona o cargo com "muitas emoções mistas". O seu mandato, que foi renovado em 2016, só iria terminar em 2021.
Por fazer fica trabalho "desafiante", nomeadamente a garantia de que os países chegam a acordo sobre as quotas financeiras que permitirão ao FMI ter capacidade financeira para implementar programas de assistência financeira aos países com problemas na balança de pagamentos (desequilíbrios externos), como foi o caso de Portugal em 2011.
Apesar disso, a ex-ministra das Finanças francesa faz um balanço positivo do seu mandato de oito anos à frente do Fundo. "Estou muito orgulhosa do trabalho que conseguimos fazer em conjunto", escreveu, referindo-se à comissão executiva. Admitindo que houve "divisões" de opinião, Lagarde elogiou a forma como as discussões foram "civilizadas e respeitadoras" com um elevado grau de "excelência" técnica.
Na despedida, Christine Lagarde diz ter a "consolação" de que verá a equipa do FMI duas vezes por ano, pelo menos, nos encontros anuais e nos de primavera que juntam as principais figuras do mundo financeiro, incluindo o presidente do BCE e os representantes do FMI.
De olhos no futuro, a francesa diz que, tal como o FMI, o BCE é uma instituição com "excelência intelectual, integridade na pesquisa e análise, independência e um elevado compromisso com o serviço público". O seu foco será agora "mais europeu, aprofundado nos assuntos relacionados com a política monetária e a estabilidade financeira". "Irei aprender nessa aventura com eles [a equipa do BCE] como aprendi nesta aventura convosco", rematou.