Foram duas as embarcações que atracaram no porto turco de Dikili, ao início da manhã desta segunda-feira, 4 de Abril, oriundas da ilha grega de Lesbos. Dentro dos barcos, que partiram da Grécia e que foram escoltados por dois navios da guarda costeira e um helicóptero das autoridades turcas, seguiam os primeiros migrantes e refugiados que entraram na Grécia de forma ilegal e que foram agora enviados para território turco.

Entretanto, e de acordo com o The Guardian, uma terceira embarcação, com 66 migrantes, que partiu da ilha grega de Chios chegou ao porto turco de Dikili.

Estes migrantes e refugiados, escreve a agência Reuters, chegam à Turquia numa altura em que o plano da União Europeia para encerrar a principal rota que milhões de pessoas atravessaram – e que está localizada no Mar Egeu – no ano passado para chegar à Grécia está em curso. O acordo alcançado entre as autoridades de Ancara e Bruxelas, denunciado pelas agências para os refugiados e activistas dos direitos humanos, e citado pela Reuters, prevê que a Turquia aceite receber todos os refugiados que entrarem ilegalmente na Grécia, incluindo os que são oriundos da Síria. Em troca, a União Europeia aceita milhares de refugiados sírios directamente da Turquia e dá-lhes dinheiro e vistos para viajarem. Além disso, tentar dar novos passos nas negociações para que a Turquia possa ser membro da União Europeia.

Questionada, esta manhã, se a Turquia cumpre os requisitos legais para receber estes migrantes e refugiados oriundos da Grécia, a porta-voz da Comissão Europeia confirmou que Ancara cumpriu todas as exigências.

De acordo com The Guardian, membros da agência de fronteiras Frontex revelaram que nas embarcações que chegaram à Turquia estavam 131 pessoas, originárias sobretudo de países como o Paquistão, o Bangladesh e Marrocos. Segundo estas fontes, estas mais de cem pessoas iam ser deportadas para a Turquia mesmo antes do acordo entre Ancara e Bruxelas ter sido alcançado. O que significa, escreve o jornal inglês, que estas deportações não são uma verdadeiro teste para aferir se o acordo pode travar o fluxo de migrantes e refugiados da Síria, Afeganistão e Iraque para a Grécia.

Segundo a agência de fronteiras Frontex, a bordo das embarcações não estavam crianças. Ainda segundo o jornal britânico, as deportações na Grécia realizaram-se de madrugada. Porém, na chegada a solo turco, o desembarque foi mais lento pois as autoridades tiveram de colocar lonas de forma a bloquear a captação de imagens por parte dos meios de comunicação social que queriam registar a chegada à Turquia dos migrantes e refugiados.

Os refugiados e migrantes eram à chegada à Turquia encaminhados para tendas de forma a serem registados. Caso não se registem são enviados para um campo de detenção no noroeste da Turquia, escreve o The Guardian.