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Acordo na Alemanha traz "mudança de direcção fundamental para a Europa"

Os conservadores da CDU, os aliados da Baviera e os sociais-democratas já assinaram o entendimento para formar um novo governo de coligação. Schulz valorizou o capítulo sobre a Europa e Merkel prometeu mais investimento.

Reuters
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 07 de Fevereiro de 2018 às 15:26

O líder do SPD, Martin Schulz, considera que o acordo de coligação com a CDU de Angela Merkel e os aliados conservadores da Baviera (CSU), assinado esta quarta-feira, 7 de Fevereiro, vai fazer com que "a Alemanha volte ter um papel activo e liderante na União Europeia" (UE).

 

O ex-presidente do Parlamento Europeu, que deverá liderar a diplomacia alemã nos próximos quatro anos e que conseguiu que o seu partido ficasse também com o Ministério das Finanças, frisou, citado pela Reuters, que "o que está escrito neste acordo sobre a UE e o seu futuro será uma mudança de direcção fundamental para a Europa".

 

Durante uma conferência de imprensa conjunta com os prováveis futuros parceiros de governação – este acordo agora alcançado ainda tem de ser votado pelos militantes do SPD no início de Março –, Angela Merkel mostrou-se convencida de que o entendimento é "uma base sólida para um governo estável". E que, apesar de "as finanças sólidas [serem] a sua assinatura", o governo vai apostar no investimento para manter a competitividade germânica, dando o exemplo da modernização das infra-estruturas e da digitalização.

 

Quanto à repartição de pastas, a chanceler, que está no poder há 12 anos, reconheceu que "a questão de quem fica com qual Ministério não foi fácil de decidir". E admitiu que muitos elementos da ala conservadora "não vão ficar felizes com a decisão de entregar o Ministério das Finanças" ao SPD, que nas eleições de Setembro obteve apenas 20,5% dos votos, o pior resultado desde a Segunda Guerra Mundial.

 

Além das Finanças, que deverão ficar nas mãos de Olaf Scholz, 59 anos, presidente da Câmara de Hamburgo desde Março de 2011, o segundo partido mais votado fica também com os Negócios Estrangeiros – Schulz deverá ceder a chefia do partido à actual líder parlamentar, Andrea Nahles –, com a Justiça, Família, Ambiente e com a tutela conjunta do Trabalho e dos Assuntos Sociais.

 

Já o líder da CSU, defensor de maior controlo da imigração e da entrada de refugiados no país, apontou que este acordo de 177 páginas é "a resposta certa aos resultados das eleições", mostrando que os partidos "compreenderam a mensagem e que haverá uma mudança do ‘status quo’". E vai também permitir "ultrapassar as divisões e a polarização no país", acrescentou Horst Seehofer, que é apontado como o provável ministro do Interior.

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