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Alemanha: Trabalhadores vão ter direito a aumentos de 4,3% e a semana de 28 horas

A Alemanha vive um forte período de contestação laboral, tal como tem acontecido na fábrica portuguesa da construtora Volkswagen. Os trabalhadores alemães fizeram greves na passada semana em fábricas da Mercedes, Porsche, Audi ou BMW.

Reuters
André Cabrita-Mendes andremendes@negocios.pt 06 de Fevereiro de 2018 às 17:28

Os sindicatos e patrões do sector industrial no sudoeste da Alemanha fecharam um acordo laboral que prevê um aumento salarial de 4,3% para este ano. O acordo foi alcançado entre o sindicato IG Metall e a federação patronal Suedwestmetall e também contempla o pagamento de outros prémios ao longo de 27 meses.

O acordo que cobre 500 mil trabalhadores no estado de Baden-Württemberg foi alcançado na segunda-feira à noite após uma ronda negocial de 13 horas na cidade de Estugarda, avança a agência Reuters esta terça-feira, 6 de Fevereiro. Nesta região da Alemanha estão instaladas várias fábricas de gigantes industriais como a Bosch ou a Daimler, a empresa dona da Mercedes-Benz.

"Os trabalhadores vão ter mais dinheiro nos seus bolsos em termos reais e vão ter direito a uma parte justa dos lucros das empresas, o que vai aumentar o consumo", disse o negociador da IG Metall, Roman Zitzelsberger.

Além da remuneração, o acordo também prevê uma redução da carga horária semanal de 25 para 28 horas durante dois anos, se os trabalhadores tiverem de cuidar de crianças, ou de familiares que precisem de cuidados ou que estejam doentes.

A Alemanha vive um período de forte contestação laboral, tal como tem acontecido em Portugal na fábrica Autoeuropa, que pertence à construtora alemã Volkswagen, devido à implementação de novos horários aos fins de semana, e a sua respectiva compensação, de forma a dar resposta ao aumento de produção com a chegada do novo modelo, T-Roc.

Na passada semana, cerca de 200 mil trabalhadores alemães em mais de 100 empresas fizeram greves de 24 horas na quarta, quinta e sexta-feira.Estas paragens afectaram empresas como a BMW, Mercedes, Porsche, Audi, Airbus , Siemens ou a Ford, e tiveram um impacto negativo de 200 milhões de euros, segundo a Reuters.

O sindicato industrial IG Metal, o mais poderoso da Alemanha, começou por pedir um aumento salarial de 8% para os 3,9 milhões de trabalhadores industriais na Alemanha. O IG Metall em conjunto com o Verdi, o segundo maior sindicato alemão, correspondem a 15% dos trabalhadores alemães.

O acordo está circunscrito ao estado de Baden-Württemberg mas tanto os sindicatos como os patrões acreditam que deverá vir a ser aplicado noutros estados alemães e também pode influenciar negociações laborais noutros sectores.

O motor da economia europeia vai registar um crescimento de 2,4% em 2018 segundo previsões do Governo de Berlim, e o desemprego deverá atingir mínimos de 5,3%, o valor mais baixo desde a reunificação das duas Alemanhas em 1990.

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