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Crise económica aumentou risco de exploração laboral severa em Portugal
Os testemunhos recolhidos em Portugal pela Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais referem que a exploração laboral, incluindo a escravatura, estará a aumentar em Portugal.
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As situações que envolvem exploração laboral, incluindo escravatura, estarão a aumentar em Portugal e Espanha, de acordo com os testemunhos recolhidos em Portugal para um estudo sobre exploração laboral, publicado esta terça-feira, 2 de Junho, pela Agência da União Europeia para os Direitos Fundamentais (FRA).
De acordo com os testemunhos recolhidos em Portugal, "a exploração laboral e situações que envolvem escravatura parecem estar a aumentar em Portugal e Espanha. Este aumento está particularmente relacionado com o aumento da agricultura nalgumas áreas do país e com a necessidade de mão-de-obra sazonal", descreve o relatório.
"A exploração laboral ainda é um fenómeno escondido, invisível. Os interesses políticos e económicos favorecem esta invisibilidade, particularmente em tempos de crise", acrescentam os autores.
Os participantes referiram que a coordenação entre as organizações responsáveis nem sempre é eficaz. "Sem todas as organizações a puxarem para o mesmo lado não faremos qualquer progresso", disse um dos participantes, citado no relatório.
De acordo com a agência Lusa, o estudo divulgado esta terça-feira refere que o sector da agricultura, silvicultura e pescas é aquele onde existe maior risco de exploração laboral. No caso de Portugal, depois da agricultura surgem os da construção e o das actividades ligadas a serviços de alojamento e alimentar.
A agência recomenda que os serviços inspectivos tenham "meios suficientes". A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) perdeu um quinto dos inspectores em três anos e, mesmo depois do reforço anunciado pelo Governo, tem vindo a reclamar mais meios. Paralelamente, os inspectores protestam por estarem a assumir tarefas que habitualmente não desempenhavam.