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Ucrânia cede às retaliações russas e já planeia evacuação militar da Crimeia

As tropas ucranianas que permaneciam na região da Crimeia estão em vias de desmobilizar desta região sob ordem do Presidente da Ucrânia.

Ukraine to Remove Military From Crimea
19 de Março de 2014 às 18:48
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As tropas ucranianas que permaneciam na região da Crimeia estão em vias de desmobilizar desta região sob ordem do Presidente da Ucrânia. Além do abandono da região da Crimeia, as forças militares ucranianas junto à fronteira oriental com a Rússia também deverão ter vários elementos desmobilizados.

 

A estratégia de pressão da Rússia parece ter resultado e, neste momento, o Presidente ucraniano limita-se a exigir a entrega do chefe da marinha ucraniana feito refém pelas forças pró-russas.

 

Nas últimas 24 horas os acontecimentos desenvolveram-se a um ritmo vertiginoso e a conclusão essencial é que a estratégia de Moscovo resultou. Depois de na terça-feira o Presidente russo Vladimir Putin ter assumido, perante os deputados russos, que a Crimeia passava a pertencer à Rússia a partir daquele momento, vários homens armados, não identificados, invadiram uma unidade militar ucraniana em Simferopol, capital da Crimeia.

 

O resultado desta ocupação foi um soldado ucraniano morto e outro ferido. Estava em marcha a confirmação de que a região autónoma da Crimeia deixara de pertencer a Kiev, em função do resultado esmagador do referendo de domingo que votou a saída da Ucrânia e a anexação a Moscovo, pelo que os manifestantes pró-russos apostavam na rendição de todas as forças militares ucranianas ainda presentes na península. Este acto foi considerado, pelo primeiro-ministro em funções da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, um “crime de guerra”.

 

Já ao longo desta quarta-feira cerca de duas centenas de forças pró-russas invadiram a sede da Marinha ucraniana em Sevastopol, cidade portuária da Crimeia, e expulsaram todas as unidades militares ucranianas. O chefe da Marinha acabou detido pelos elementos pró-russos o que levou, já ao final do dia, o Presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, a iniciar planos de desmobilização de todas as forças militares ainda presentes na região da Crimeia. Paralelamente a esta decisão, Turchynov exige a entrega imediata do chefe da Marinha da Ucrânia e, como contrapartida, também vai dar ordem para que as forças ucranianas estacionadas na fronteira oriental com a Rússia, sejam progressivamente reduzidas.

 

A inexistência de militares ucranianos na Crimeia é mais um passo no sentido da formalização desta região como território russo. Apesar de ser um passo essencialmente mediático, é mais uma demonstração do poder de influência que Moscovo detém na região. A desmobilização junto à fronteira com a Ucrânia deverá beneficiar os movimentos crescentes dos manifestantes pró-russos que, por exemplo, já ocuparam há cerca de três semanas o Parlamento de Donetsk, a maior cidade da zona leste da Ucrânia.  

 

(Notícia actualizada às 19h05m com mais informação)

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