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Obama: EUA prontos a impor sanções adicionais à Rússia
O Presidente norte-americano advertiu hoje a Rússia que os Estados Unidos estão prontos para impor sanções adicionais no âmbito da crise na Ucrânia, afirmando, porém, que continua a acreditar numa solução diplomática para a actual situação.
Numa intervenção a partir da sala de imprensa da Casa Branca, Barack Obama disse, um dia depois do referendo que aprovou a integração da república autónoma ucraniana da Crimeia na Federação Russa, que "novas provocações só irão isolar mais a Rússia e diminuir a sua dimensão no mundo".
O chefe de Estado norte-americano falava momentos depois de Washington e a União Europeia (UE) terem anunciado a imposição de sanções contra altos responsáveis russos e ucranianos pró-russos.
Obama, que falou no domingo com o seu homólogo russo Vladimir Putin, sublinhou ainda que "a comunidade internacional continuará solidária para rejeitar todas as violações da soberania da Ucrânia e da sua integridade territorial".
"A continuação da intervenção militar russa na Ucrânia não fará mais do que agravar o isolamento diplomático da Rússia, e a sua economia sofrerá ainda mais", alertou o líder norte-americano, salientando, no entanto, que ainda acredita numa solução diplomática para a actual situação.
"Acredito que ainda existe uma forma de resolver esta situação através de uma via diplomática, uma forma que responda tanto aos interesses da Rússia como aos interesses da Ucrânia", acrescentou.
Tal solução incluiria "um regresso das forças russas para as suas bases de apoio na Crimeia, o apoio ao envio de mais observadores da Ucrânia e o estabelecimento de um diálogo [entre Moscovo] e o governo ucraniano", enumerou Obama.
De acordo com os números finais, 96,77% dos eleitores da Crimeia que votaram no referendo de domingo aprovaram uma união com a Rússia e, hoje, o parlamento local declarou a independência da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação da Rússia.
O referendo é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscovo defende que se trata de uma consulta "legítima".
As autoridades autónomas da Crimeia convocaram o referendo na sequência da deposição do Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, em Fevereiro, após três meses de protestos maciços em Kiev em defesa da aproximação do país à UE.
Depois da destituição de Ianukovich, forças pró-russas assumiram o controlo da península, localizada no sul da Ucrânia.