O alargamento realizado este ano na União Europeia, que permitiu a entrada a dez novos países-membros, está a ser «um sucesso a nível político e económico», na visão do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet.

Numa conferência hoje realizada em Lisboa, o líder do BCE referiu que o alargamento veio proporcionar uma série de reformas estruturais e económicas tanto nos países membros como nos aderentes e procurou desmistificar a perspectiva de que só os países aderentes beneficiarão deste processo.

«Há a ideia de que os benefícios serão sobretudo para os aderentes. Mas a julgar pela experiência de anteriores alargamentos, penso que essa perspectiva é exagerada. Os benefícios serão tanto para os aderentes como para os antigos membros», referiu.

Trichet aproveitou para relembrar o alargamento que permitiu a entrada de Portugal e Espanha na UE como outro caso de sucesso.

«A experiência de Portugal tem relevância quando se pensa no alargamento. Foi um factor decisivo para o crescimento económico e a melhoria das condições de vida», disse.

Jean-Claude Trichet alertou no entanto para a necessidade dos países aderentes terem especial atenção à estabilidade dos preços e à consolidação orçamental, e aproveitou para sublinhar o apoio do Banco Central Europeu às políticas delineadas na Agenda de Lisboa.

Em relação à evolução do euro face ao dólar, Jean-Claude Trichet não quis fazer comentários, mas o Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, afirmou que o desejo do BCE e de outros bancos centrais é de que «não haja volatilidade excessiva nem movimentos repentinos nas taxas de juro».

Vítor Constâncio acrescentou ainda que até ao momento a evolução da moeda europeia tem ocorrido de forma «gradual».