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Centeno deixa um aviso ao Governo: “Todos devemos construir almofadas para o futuro”

Sem querer fazer previsões orçamentais, o governador do Banco de Portugal deixou vários recados sobre a gestão das contas públicas. “Todos devemos construir almofadas sobre o futuro”, defendeu Mário Centeno.

Rodrigo Antunes / Lusa
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Com a economia a crescer e uma política orçamental de forte subida da despesa e redução da receita, o governador do Banco de Portugal defendeu que o Governo deve construir almofadas financeiras para o futuro, mantendo o ritmo de redução da dívida.
 
"Num momento de ciclo económico positivo, de emprego e salários a aumentar, e com a política monetária numa fase descendente, é o momento de todos os agentes económicos constituírem poupanças", afirmou Mário Centeno.
 
O governador do Banco de Portugal (BdP) falava na apresentação do Boletim Económico de outubro, divulgado nesta terça-feira, 8 de outubro, a dois dias da entrega da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2024 ao Parlamento.
 
Sem querer fazer previsões orçamentais, Mário Centeno, ex-ministro das Finanças do PS, deixou no entanto vários conselhos de gestão das contas públicas. "É o momento de todos construírem almofadas financeiras para o futuro", defendeu. 
 
No Boletim Económico, o BdP afirma mesmo que a política orçamental, que prevê que se mantenha expansionista - ou seja, com várias medidas de alívio para famílias e empresas, através da redução de receita e de aumento de despesa - até 2026 "gerará a necessidade de um ajustamento posterior numa fase menos favorável do ciclo económico".
 
Nesse sentido, defende que "a redução sustentada do rácio da dívida  pública não deverá abrandar o ritmo, pois representa um elemento fundamental para a estabilidade macroeconómica e para o crescimento das gerações presentes e futuras". 
 
Questionado sobre em que momento deve ser feito esse ajustamento e se há o risco de se entrar em défice no curto prazo, Mário Centeno recusou comentar, dizendo esperar pelo documento orçamental que será conhecido na quinta-feira. Ainda assim, remeteu para as projeções orçamentais de junho, que apontavam para pequenos excedentes, tanto este ano como no próximo (de 0,2% em cada um dos anos). 
 
Mas Centeno alinhou os riscos identificados com o Conselho das Finanças Públicas, que admitiu que uma medida como o IRS Jovem - que no seu desenho inicial implicava um impacto de mil milhões - levaria as contas públicas ao défice. 
 
Para o governador, importante é mudar a orientação da política orçamental, criticando que num momento de crescimento económico, se opte por políticas expansionistas. "O Estado deve acautelar o futuro preservando as poupanças", defendeu.

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