O Governo vai apresentar até final do ano um modelo de financiamento para as infra-estruturas rodoviárias e só depois disso ponderará a introdução gradual de portagens nas SCUT, afirmou ontem o secretário de Estado adjunto das Obras Públicas.

Em relação ao modelo de financiamento destas auto-estradas, o mesmo responsável admite recorrer à banca para financiar os pagamentos às concessionárias em anos de défice, no sentido de aliviar o Orçamento, isto visto num horizonte temporal mais alargado do que o anual.

Paulo Campos, que falava à margem do Fórum Portugal, que decorre em São Paulo (Brasil), disse à agência Lusa que "com o tempo, garantido o factor de coesão, poderão ser gradualmente introduzidas portagens". A declaração deste membro do Governo contrasta com o comunicado emitido pelo Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações que, em reacção à notícia do Jornal de Negócios de ontem – onde se afirmava que o Governo iria avançar com portagens nas SCUT do Litoral –, considerou a notícia "totalmente falsa e especulativa".

Ainda no Brasil, Paulo Campos garantiu que "no curto prazo não haverá alterações" à actual situação, mas que "haverá uma tendência para que o financiamento do sector seja feito mais pelos consumidores e menos pelo Estado".

O governante explicou que o Executivo está a avaliar como vai financiar as estradas no binómio de manutenção da coesão territorial, sem esquecer os equilíbrios orçamentais, atendendo aos acordos estabelecidos com as concessionárias.