Notícia
Se Relvas ameaçou com dados privados da jornalista "é muito difícil continuar em funções"
Marcelo Rebelo de Sousa considera que Miguel Relvas tem a permanência no governo dificultada se ameaçou a jornalista do "Público" com a divulgação de dados privados da sua vida. Para o comentador, só é preciso esclarecer uma coisa: "Ou, na conversa, [Relvas] falou em certas coisas ou não falou".
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Se Miguel Relvas realmente ameaçou a jornalista que segue o caso das secretas com a divulgação de dados da vida privada, a sua continuidade no Governo é “muito difícil”, considera o comentador político Marcelo Rebelo de Sousa.
“No caso extremo, prova-se a coisa mais grave, que é ter falado à editora nos dados privados da vida da jornalista. Aí, é muito difícil um ministro continuar em funções”, declarou Rebelo de Sousa, no comentário habitual ao domingo, na TVI. “Nesse caso, acho que não deveria continuar”, concluiu.
O caso “extremo” falado pelo comentador é surpreendente porque é uma “imprudência muito grande” de alguém que conhece os media: “Se há pessoa que percebe de comunicação social é Miguel Relvas”. Razão pela qual Marcelo Rebelo de Sousa diz não perceber como o ministro que tem a tutela do sector se envolveu neste caso, atribuindo, por exemplo, o “cansaço” como causa.
“Ou, na conversa, [Miguel Relvas] falou em certas coisas ou não falou”
Ainda assim, o professor universitário considera que há outros desfechos possíveis para este caso. E tudo dependerá do que foi dito nos telefonemas em que, alegadamente, houve as ameaças. “Ou, na conversa, [Miguel Relvas] falou em certas coisas ou não falou”.
Como referido, as ameaças à divulgação de dados da vida privada da jornalista Maria José Oliveira – que tem acompanhado, para o “Público”, o caso das secretas – teriam, muito provavelmente, de levar à saída do Governo, segundo Rebelo de Sousa.
Se tivessem acontecido as ameaças de um “blackout” do Executivo ao jornal – como também acusa o jornal –, sem a divulgação dos dados da vida privada, a situação do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares ficaria “fragilizada”, mas sem uma eventual saída do Governo.
Ao mesmo tempo, também se poderá não provar nada ou provar que não houve ameaças – o que, refere o comentador político – fecharia as portas a este caso.
Ou seja, é só preciso saber o que foi dito no telefonema à editora de política do jornal “Público”.
Na nota da direcção editorial do jornal, publicada a 18 de Maio, é indicado que “num telefonema à editora de política do jornal, na quarta-feira, Miguel Relvas ameaçou fazer um blackout noticioso do Governo contra o jornal e divulgar detalhes da vida privada da jornalista Maria José Oliveira, de quem tinha recebido nesses dias um conjunto de perguntas relativas a contradições nas declarações que prestara, no dia anterior, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias”.
Relvas tem sido preservado por Passos Coelho; BE e PCP querem proveito político
Sobre a rejeição de Passos Coelho a qualquer ataque à liberdade de imprensa por parte de Relvas, hoje, o professor universitário considera que “o primeiro-ministro veio preservar Miguel Relvas”.
Algo que, segundo o antigo político, tem sido feito desde o início do ano, depois de um período em que o ministro Adjunto "desapareceu durante um mês e meio a dois meses", para atenuar o desgaste que vinha a verificar. Passos Coelho expôs-se mais, "porque sente que [Relvas] é importante para o Governo".
No comentário, Rebelo de Sousa criticou ainda a oposição - mais propriamente o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, deixando de lado o Partido Socialista - por atacar Miguel Relvas. O PCP já pediu, por exemplo, a demissão de Relvas caso se confirmem as pressões ao "Público".
"É indiscutível que o PCP e o BE estão a tentar tirar proveito político em termos de campanha contra Miguel Relvas", disse Marcelo Rebelo de Sousa no comentário.
“No caso extremo, prova-se a coisa mais grave, que é ter falado à editora nos dados privados da vida da jornalista. Aí, é muito difícil um ministro continuar em funções”, declarou Rebelo de Sousa, no comentário habitual ao domingo, na TVI. “Nesse caso, acho que não deveria continuar”, concluiu.
“Ou, na conversa, [Miguel Relvas] falou em certas coisas ou não falou”
Ainda assim, o professor universitário considera que há outros desfechos possíveis para este caso. E tudo dependerá do que foi dito nos telefonemas em que, alegadamente, houve as ameaças. “Ou, na conversa, [Miguel Relvas] falou em certas coisas ou não falou”.
Como referido, as ameaças à divulgação de dados da vida privada da jornalista Maria José Oliveira – que tem acompanhado, para o “Público”, o caso das secretas – teriam, muito provavelmente, de levar à saída do Governo, segundo Rebelo de Sousa.
Se tivessem acontecido as ameaças de um “blackout” do Executivo ao jornal – como também acusa o jornal –, sem a divulgação dos dados da vida privada, a situação do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares ficaria “fragilizada”, mas sem uma eventual saída do Governo.
Ao mesmo tempo, também se poderá não provar nada ou provar que não houve ameaças – o que, refere o comentador político – fecharia as portas a este caso.
Ou seja, é só preciso saber o que foi dito no telefonema à editora de política do jornal “Público”.
Na nota da direcção editorial do jornal, publicada a 18 de Maio, é indicado que “num telefonema à editora de política do jornal, na quarta-feira, Miguel Relvas ameaçou fazer um blackout noticioso do Governo contra o jornal e divulgar detalhes da vida privada da jornalista Maria José Oliveira, de quem tinha recebido nesses dias um conjunto de perguntas relativas a contradições nas declarações que prestara, no dia anterior, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias”.
Relvas tem sido preservado por Passos Coelho; BE e PCP querem proveito político
Sobre a rejeição de Passos Coelho a qualquer ataque à liberdade de imprensa por parte de Relvas, hoje, o professor universitário considera que “o primeiro-ministro veio preservar Miguel Relvas”.
Algo que, segundo o antigo político, tem sido feito desde o início do ano, depois de um período em que o ministro Adjunto "desapareceu durante um mês e meio a dois meses", para atenuar o desgaste que vinha a verificar. Passos Coelho expôs-se mais, "porque sente que [Relvas] é importante para o Governo".
No comentário, Rebelo de Sousa criticou ainda a oposição - mais propriamente o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, deixando de lado o Partido Socialista - por atacar Miguel Relvas. O PCP já pediu, por exemplo, a demissão de Relvas caso se confirmem as pressões ao "Público".
"É indiscutível que o PCP e o BE estão a tentar tirar proveito político em termos de campanha contra Miguel Relvas", disse Marcelo Rebelo de Sousa no comentário.