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Direcção do "Público" considera "inaceitável" pressão de Relvas sobre jornalista

Direcção do jornal recusa que notícia não tenha sido publicada devido ao telefonema com pressões por parte do ministro.

18 de Maio de 2012 às 20:13
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A direcção do jornal “Público” classificou de “inaceitável” a pressão que Miguel Relvas fez sobre o jornal e também o comunicado do Conselho de Redacção do jornal, onde esta pressão foi tornada pública.

O Conselho de Redacção do “Público” acusou o ministro Miguel Relvas de pressionar uma jornalista do meio de comunicação para que uma notícia não fosse publicada no jornal. A notícia está a ser avançada pela RTP, que cita o comunicado do Conselho de Redacção do “Público”, onde é dito que a jornalista Maria José Oliveira relatou uma ameaça de Miguel Relvas caso “fosse publicada uma determinada notícia, relacionada com o caso das ‘secretas’”.

Segundo este comunicado, “Relvas terá dito que, se o jornal publicasse a notícia, enviaria uma queixa à ERC, promoveria um “black out” de todos os ministros em relação ao Público e divulgaria, na Internet, dados da vida privada da jornalista”.

Depois do comunicado do Conselho de Redacção, também a direcção do Público já reagiu. No comunicado, também citado pela RTP, a direcção liderada por Bárbara Reis diz-se “surpreendida” com o comunicado do Conselho de Redacção, classificando-o de inaceitável por representar “uma manipulação intolerável dos factos”.

De acordo com a direcção do “Público”, a noticia em causa não foi publicada apenas por razões editorias, por não conter “nenhum facto relevante”, nada estando essa decisão relacionada com as pressões de Miguel Relvas.

Não revelando os conteúdos da ameaça, a Direcção do Público diz que, depois de ter contactado o advogado do jornal, “a directora do jornal, Bárbara Reis, protestou junto do ministro Miguel Relvas por ter exercido uma pressão que toda a direcção considera inaceitável”.

Quanto ao facto de não ter tornado pública essa ameaça, o Público diz que a sua posição “ao longo dos anos, tem sido a de não reagir ou denunciar publicamente as ameaças ou pressões feitas a jornalistas. Não se trata de desvalorizar essas pressões. Esta prática foi seguida quando estivemos sob fortes pressões, como aconteceu recentemente no caso do Sporting”.

A direcção do jornal finaliza o seu comunicado afirmando que a divulgação do comunicado do Conselho de redacção “equivale à quebra do diálogo no interior da redacção”.



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