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Realização de jantar no Panteão é "absolutamente indigna". Web Summit pede desculpa
O primeiro-ministro lamenta a realização de um jantar da Web Summit no Panteão, considerando que não respeita a "memória dos que aí honramos".
"A utilização do Panteão Nacional para eventos festivos é absolutamente indigna do respeito devido à memória dos que aí honramos", referiu um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, citado pela agência Lusa.
"Apesar de enquadrado legalmente, através de despacho proferido pelo anterior Governo, é ofensivo utilizar deste modo um monumento nacional com as características e particularidades do Panteão Nacional", reforçou a mesma nota do gabinete de António Costa.
Nesse sentido, o executivo vai proceder à alteração do referido despacho "para que situações semelhantes não voltem a repetir-se, violando a história, a memória colectiva e os símbolos nacionais".
Efectivamente, e conforme explica o Expresso, a utilização do Panteão Nacional para jantares, cocktails e outros eventos, está expressamente prevista no Regulamento de Utilização de Espaços nos Serviços Dependentes e nos imóveis afectos à Direcção-Geral do Património Cultural, aprovado em Junho de 2014, pelo então Secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier e que está em vigor desde 1 de Julho desse ano.
Cosgrave pede desculpa
Dear Portugal, I apologise. I’m Irish. Culturally we have a very different approach to death. We celebrate it. That does not make it the right approach when in Portugal. I love this country as a second home and would never seek to offend the great heroes of Portugal’s past. Paddy pic.twitter.com/Li2AiUtYRC
— Paddy Cosgrave (@paddycosgrave) 11 de novembro de 2017
"Pedimos desculpa por qualquer ofensa causada. Este foi um jantar organizado segundo as regras do Panteão Nacional, e conduzido com respeito", referiu o presidente executivo (CEO) da Web Summit, Paddy Cosgrave, numa breve declaração escrita enviada às redações.
No mesmo texto, Paddy Cosgrave frisou que a Web Summit "tentou honrar a História de Portugal", bem como pretendeu que os respetivos convidados "valorizassem o passado tão rico" do país.
Ainda na breve mensagem, o irlandês Paddy Cosgrave faz referência à sua herança cultural, indicando que faz parte da cultura irlandesa celebrar a morte, recordando que, anteriormente, este evento já foi realizado na Catedral Christ Church, em Dublin, na maior cripta do Reino Unido e Irlanda.
"Pedimos desculpa pela nossa tentativa de celebrar o f.ounders ['Founders Summit'] desta forma", concluiu o texto.