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Marcadas manifestações por causa dos incêndios

Estão a nascer vários movimentos nas redes sociais para protestar contra os incêndios que mataram este ano mais de 100 pessoas. "Teremos de nos indignar", diz arcebispo. Opiniões sobre demissão da ministra dividem-se.

Ricardo Almeida
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Os incêndios que começaram no domingo, no Norte e Centro do país, e que mataram pelo menos 36 pessoas estão a gerar alguma indignação. Há protestos marcados através das redes sociais e esta terça-feira na TSF o arcebispo primaz de Braga pede aos portugueses que se indignem e peçam respostas.

"Teremos que nos indignar, sem dúvida nenhuma, e exigir que tudo isto suscite respostas bem concretas, de modo a que não fiquemos pelas palavras, pelos discursos e para que algo de novo possa acontecer", disse D. Jorge Ortiga aos microfones da rádio.

Ao mesmo tempo, o Expresso avança esta manhã que na zona Centro estão a ser marcados protestos para a hora do conselho de ministros extraordinário agendado para sábado e que servirá para retirar conclusões do relatório da comissão técnica independente sobre a tragédia de Pedrógão de 17 e 18 de Junho, onde morreram 64 pessoas.

O jornal explica que há manifestação marcada para o Parlamento e para o centro dos concelhos afectados, um movimento que estará a nascer nas Aldeias de Xisto.

Nas redes sociais também estão a ser agendados protestos na sequência dos incêndios de Outubro. Para hoje mesmo, às 19:30, está marcada uma concentração junto à residência oficial do Presidente da República, com o nome "Todos a Belém", que quer dar conta a Marcelo da "repulsa" pelos acontecimentos.

Para dia 21 de Outubro está marcada uma "Manifestação Silenciosa Portugal Contra os Incêndios" em Lisboa, na Praça Luís de Camões, entre as 16:00 e as 19:00. Para o Porto está marcada manifestação idêntica, que começa à mesma hora e prolonga-se até às 20:00 na Avenida dos Aliados. Na Praça 8 de Maio em Coimbra está agendada a mesma manifestação silenciosa para o próximo sábado à mesma hora.

A Agência Lusa falou esta manhã com Sónia Cunha, de Vila Real, que marcou um protesto para Vila Real onde pedia às pessoas que " no domingo às 11:00 vistam camisolas brancas e vão para as principais praças da cidade de todo o país para silenciosamente e pacificamente se manifestarem em sinal de respeito e solidariedade", e que está a tentar contactar os organizadores das restantes manifestações para que estas possam juntas ter mais força.

O primeiro-ministro, António Costa, rejeitou esta segunda-feira demitir a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e prometeu para o conselho de ministros extraordinário de sábado a adopção de medidas de prevenção e combate aos fogos, depois de conhecidas as conclusões do relatório da comissão técnica independente.

As opiniões sobre se Costa devia ou não demitir a ministra da Administração Interna dividem-se no plano dos partidos e fora dele. "Se tivesse sido demitida a seguir a Pedrógão estávamos aqui a pedir a cabeça" do novo responsável, disse segunda-feira à noite na Sic, o ex-comissário europeu António Vitorino. O fundador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã defendeu a criação de um "novo ministério" que juntasse a agricultura, a floresta e o combate aos fogos "com outras pessoas" e que permitisse um refrescamento. Marques Mendes, também conselheiro de Estado, defende que as pessoas "perderam a confiança no Estado completamente". "Não sei como se faz sem mudar a liderança política."

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