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Costa recusa que aspectos conjunturais tenham sido grande causa de incêndios
"Quero sobretudo sublinhar que, mais do que problemas conjunturais, temos um problema estrutural". A afirmação é de António Costa quando questionado sobre o impacto de mudanças na estrutura da Protecção Civil.
Mudanças da estrutura da Protecção Civil antes da época de incêndios: um aspecto conjuntural.
Falhas na gestão da floresta: um aspecto estrutural.
O primeiro-ministro não tem dúvidas de que o verdadeiro problema causador das tragédias dos incêndios florestais tem uma causa estrutural. "Os relatórios são claros sobre essa matéria, mas quero sobretudo sublinhar que, mais do que problemas conjunturais, temos um problema estrutural". Não só, disse, na floresta como na prevenção de incêndios.
Foi esta a resposta dada pelo líder do Executivo quando questionado se as mudanças na estrutura da Protecção Civil não abriram a porta a problemas de coordenação no combate aos fogos.
Em Coimbra, na visita a um hospital, António Costa diz que "os relatórios são claros sobre essa matéria", mas remeteu tudo para o próximo sábado, dia em que se realiza um conselho de ministros extraordinário para discutir políticas de protecção da floresta.
"É um Conselho de Ministros onde iremos transformar em medidas o trabalho que foi feito pela comissão técnica independente designada pela Assembleia da República [para analisar as causas do incêndio de Pedrógão Grande, que causou 64 mortes], para reflectir sobre o nosso sistema. É o que podemos fazer", disse o primeiro-ministro.
Segundo Costa, este é o momento de ajudar as "pessoas feridas e que perderam muito dos seus haveres". "O trabalho não acabou quando as chamas se apagaram", sublinhou. "Passada a fase das chamas é a fase da reconstrução".
Neste momento, contabilizam-se já 37 vítimas mortais dos incêndios de domingo, 15 de Outubro, havendo ainda 71 feridos, segundo dados transmitidos pela Protecção Civil.