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Incêndios: Costa diz que "não é tempo de demissões mas de decisões"

O primeiro-ministro reiterou a indisponibilidade para demitir a ministra da Administração Interna considerando que "é tempo de decisões, não de demissões". António Costa insistiu na importância de gerar consenso político e social para adoptar as medidas propostas pela Comissão Técnica Independente que analisou a tragédia de Pedrógão Grande.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Outubro de 2017 às 20:37
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O primeiro-ministro rejeita demitir Constança Urbano de Sousa, insiste na necessidade de "reformular o modelo" de prevenção e combate aos incêndios florestais, e reitera a intenção de gerar consensos por forma a que sejam adoptadas as conclusões da comissão de peritos que analisou as causas e a actuação das autoridades na tragédia de Pedrógão Grande.

"É tempo de passar das palavras aos actos. É tempo de decisões, não de demissões", disse António Costa na conferência de imprensa realizada esta segunda-feira, 16 de Outubro, depois do dia do ano com mais fogos e que provocaram, pelo menos, 36 mortos. Posição idêntica à manifestada após Pedrógão.


No entender do primeiro-ministro há boas soluções que foram trazidas para cima da mesa pela Comissão Técnica Independente, nomeada pela Assembleia da República, e cujas conclusões arrasam em grande medida a actuação das entidades responsáveis tanto ao nível da prevenção como do combate aos incêndios. 

António Costa não trouxe elementos novos para esta conferência de imprensa, acabando por recuperar propostas e intenções já anunciadas. O secretário-geral socialista reiterou assim a vontade de incluir as propostas dos peritos na reforma da floresta promovida pelo Governo. Nesse sentido, confirmou que o Conselho de Ministros extraordinário - que já estava agendado para o próximo sábado, antes ainda dos incêndios deste domingo e segunda-feira - servirá para "adoptar as medidas que se impõem", desde logo as sugestões da Comissão Independente. 

Porque Costa considera que a "responsabilidade" do Governo e dos restantes agentes políticos passa por "aplicar as propostas que nos foram apresentadas". 

Quanto à importância da "reformulação do modelo" de combate e prevenção, o primeiro-ministro diz estar particularmente à-vontade dado ter sido ele próprio a promover, há 10 anos, uma reforma da floresta que permitiu "ganhar tempo" mas que não era suficiente. Conclusão a que António Costa disse já ter chegado antes e que o levou a dar o tiro de partida para a reforma da floresta que o Executivo apresentou ainda em 2016.

"A prioridade ao combate não nos faz esquecer o carácter estrutural dos problemas. Lançámos há um ano a reforma da floresta, agora cumpre-nos executar essa reforma." 


O "grande consenso" alcançado após os acontecimentos de Pedrógão Grande não pode agora cair "em saco roto", diz o governante que insiste na necessidade de "passar das palavras aos actos" e executar "a reforma da floresta e ao mesmo tempo melhorar o sistema de prevenção e combate aos incêndios florestais". Na óptica do primeiro-ministro, o consenso que permitiu a constituição de uma comissão de peritos, feita a pedido do PSD, é "terreno fértil para a reconstrução de um consenso alargado em torno das decisões a tomar" no futuro próximo.  


É também feito um apelo ao 
"esforço participado e colectivo de toda a sociedade", que tem de se mobilizar porque "depois deste ano nada pode ficar como dantes". O chefe do Governo diz saber que "o país exige resultados em contra-relógio, após décadas de desordenamento florestal", mas avisa que as pessoas não se devem "iludir" quanto à possibilidade de resultados imediatos nesta matéria.

(Notícia actualizada às 20:50)
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