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Incêndios: Protecção Civil reduz estado de alerta para laranja nos 18 distritos

A Protecção Civil reduziu hoje para laranja (o segundo nível mais grave numa escala de quatro) o estado de alerta relativo a incêndios nos 18 distritos portugueses, devido à descida da temperatura e à previsão de queda de chuva.

Reuters
17 de Outubro de 2017 às 22:48
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"Fruto disso foi então decidido passar os 18 distritos do país para alerta laranja, pelo menos até às 12:00 de amanhã [quarta-feira], momento em que faremos nova actualização para tentar então aferir qual será a melhor decisão em termos de estado de alerta especial", explicou a adjunta do comando nacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, durante o 'briefing' das 19:00, na sede deste organismo, em Carnaxide, Oeiras (distrito de Lisboa).

Esta decisão deve-se às previsões meteorológicas actualizadas hoje, que apontam para que esta noite e o dia de quarta-feira "sejam já momentos de maior tranquilidade em termos das condições que normalmente propiciam os incêndios florestais", incluindo "uma descida franca da temperatura e previsão de precipitação, agora com mais consistência", acrescentou Patrícia Gaspar.

A adjunta da ANPC disse que hoje foi "um dia francamente mais calmo e com muito menos ocorrências" do que aquelas verificadas nos últimos dias.

"A registar desde a meia de noite de hoje um total de 37 ocorrências de incêndios florestais. Em curso a esta hora (19:00) temos apenas três, mobilizando um total de 225 operacionais com 60 meios terrestres", afirmou Patrícia Gaspar.

Relativamente aos meios de reforço, a adjunta nacional de operações da ANPC referiu que se mantêm em Portugal os dois aviões Canadair que vieram de Itália, enquanto os 55 bombeiros que chegaram hoje dos Açores foram mobilizados para as corporações da Sertã, Mação e Proença para reforço da capacidade de resposta local.

Quanto aos números de vítimas dos incêndios que se verificaram entre domingo e segunda-feira mantêm-se as 41 mortes confirmadas, disse Patrícia Gaspar, acrescentando que actualmente "não há registo de pessoas desaparecidas".

No distrito de Coimbra registaram-se 19 mortes, no distrito de Viseu houve 18 vítimas mortais, duas pessoas morreram na Guarda e uma no distrito de Castelo Branco. Outra das vítimas mortais morreu hoje no Hospital de Coimbra.

Inicialmente eram 71 os feridos, 55 dos quais ligeiros e 16 graves, mas dois destes feridos graves acabaram por morrer nos hospitais, passando a haver 69 feridos, 14 dos quais considerados graves.

Questionada pelos jornalistas sobre o bebé de um mês de Tábua (distrito de Coimbra), inicialmente dado como morto, mas que está vivo, Patrícia Gaspar reiterou que essa morte não se confirmou.

"Não se confirma essa morte. Era de facto a indicação que tínhamos, [mas] já ao final do dia de ontem (segunda-feira), inicio do dia de hoje, começaram a surgir alguns sinais de que esta informação poderia não ser correta e conseguirmos hoje, durante a tarde, confirmar em definitivo que o bebé que estava referenciado se encontra bem e na companhia da família", explicou a adjunta da ANPC.

Também questionada sobre a morte de um homem de 73 anos, em Monção, que teria acontecido na sequência de um Acidente Vascular Cerebral, devido ao incêndio naquela região, Patrícia Gaspar sublinhou que essa vítima mortal "não está contabilizada" nas 41 mortes.

"Temos a indicação de que essa situação aconteceu, teve um acidente com um tractor, na zona de Monção. Devido ao seu estado foi transportado pelas autoridades de saúde para o Hospital de Braga e veio a falecer hoje. Não há indicação de que esta morte tenha qualquer relação com os incêndios que naquela altura estavam activos", explicou a adjunta da Protecção Civil.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de 70 feridos (mais de uma dezena dos quais graves), além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre hoje e quinta-feira.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em Junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
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