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Hungria emite menos dívida com juros a dispararem

Custos de financiamento a disparar e ofertas dos investidores abaixo do montante previsto levaram a um fracasso no leilão da Hungria. Dificuldades de financiamento do país agravam-se e a UE já disse que não tem planos para discutir ajuda.

05 de Janeiro de 2012 às 11:26
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A Hungria continua a sentir dificuldades no mercado de dívida. Depois de ter falhado um leilão e de ter registado um aumento dos custos de financiamento noutro, o país da Europa de Leste voltou aos mercados e verificou uma escalada das rendibilidades pedidas pelos investidores.

O país colocou 35 mil milhões de forint (110 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro com maturidade a 12 meses, um montante que ficou 10 mil milhões de forint abaixo do previsto (45 mil milhões de forint ou 141 milhões de euros).

Além de não ter conseguido atrair procura para comprar toda a dívida que pretendia leiloar – já que o total das ofertas dos investidores chegou apenas a 41,6 mil milhões de forint –, a Hungria verificou também um agravamento das rendibilidades exigidas.

A “yield” média no leilão húngaro disparou para 9,96% para estes títulos a 12 meses. A 22 de Dezembro, a taxa de juro implícita da dívida emitida ficou-se pelos 7,91%, de acordo com a Bloomberg.

Ainda esta semana, a Hungria, cuja dívida é classificada como especulativa – “lixo” – pelas agências de “rating”, foi ao mercado de dívida para colocar títulos a três meses e também sentiu uma subida das taxas de juro implícitas pedidas.

A pesar neste desempenho negativo está o facto de terem sido suspensas as negociações para uma ajuda à nação por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia. As entidades internacionais estão contra as alterações legislativas e constitucionais implementadas pelo governo de Viktor Orban e não pretendem discutir uma ajuda - que Budapeste solicitou - se não houverem novas alterações.

Intensificam-se, portanto, as dúvidas sobre a capacidade da economia húngara em financiar-se, com dificuldades na colocação de dívida no mercado e sem a ajuda internacional.
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