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Cosec revê em baixa previsão do PIB em 2023 para uma contração de 0,3%

Em relação à inflação, as estimativas foram revistas em alta, com os economistas da Allianz Trade a prever que aquele indicador em Portugal se situe em 7% neste ano e em 4,3% em 2023.

Trabalhadores com salários mais baixos viram a carga fiscal agravar-se na última década acima dos parceiros europeus.
Rafael Marchante/Reuters
21 de Setembro de 2022 às 12:37
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A Cosec manteve a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal em 2022 em 6,3%, mas baixou para uma contração de 0,3% a previsão de 2023, foi anunciado na quarta-feira.

Segundo um estudo da Allianz Trade, acionista da Cosec, Companhia de Seguro de Créditos,  divulgado esta quarta-feira, a economia portuguesa deverá entrar em contração no próximo ano, seguindo assim a trajetória de outras economias do euro.

Em julho deste ano, a Cosec tinha previsto uma expansão de 1,7% da economia nacional em 2023.

Em relação à inflação, as estimativas foram revistas em alta, com os economistas da Allianz Trade a prever que aquele indicador em Portugal se situe em 7% neste ano e em 4,3% em 2023.

Anteriormente, as estimativas apontavam para uma inflação de 5,6% em 2022 e de 3% em 2023.

"A guerra na Ucrânia, a escalada dos preços da energia e a quebra de confiança das empresas e famílias continuam a penalizar a evolução das economias", refere a Allianz Trade, que também reviu as suas estimativas para o crescimento na zona euro.

Os economistas da acionista da Cosec, no estudo Lights out! Energy crisis, policy mistakes and uncertainty, estimam que o PIB da zona euro avance 3,1% em 2022 e registe uma contração de 0,8% em 2023.

No início do verão, a seguradora de créditos previa que o PIB da zona euro avançasse 2,8% em 2022 e 1,5% em 2023.

"A zona euro entrará em recessão no próximo ano e a médio prazo as perspetivas económicas não são muito animadoras", afirma o estudo, acrescentando que "os preços da energia devem continuar elevados, a limitação no fornecimento de gás natural, conjugada com a incerteza geopolítica persistente e com as limitações ao nível das políticas, fazem aumentar os receios de um prolongamento da recessão em 2024".

Economista-chefe da Allianz, Ludovic Subran, citado no estudo considera que "a Alemanha, que tem uma economia assente numa indústria fortemente exportadora, será uma das geografias que vai enfrentar um contexto económico desafiante".

As previsões da acionista da Cosec apontam para que a Alemanha cresça 1,6% em 2022 e registe uma contração económica de 1,3% em 2023 e que França, também um importante mercado para as exportações nacionais, deverá registar um crescimento económico de cerca de 2,5% em 2022 e uma contração de 0,6% em 2023.

"Espanha, outro parceiro comercial importante para as empresas portuguesas, deverá ver o seu PIB avançar 4,3% em 2022 e contrair 0,3% no próximo ano".

Em relação à inflação na zona euro, os economistas da Allianz Trade estimam que a zona euro termine o ano de 2022 com aquele indicador em 8,3%, que representa uma revisão em alta face à previsão revelada no início do verão, e em 5,6% em 2023.

"Na zona euro, a inflação pode atingir o seu pico, próximo dos 10%, no quarto trimestre de 2022 e manter-se acima dos 4% no último trimestre de 2023", indica o estudo, adiantando que "ainda assim, são cada vez mais os sinais de que as dificuldades nas cadeias de abastecimento mundiais, bem como, as expectativas de preços das empresas já atingiram o seu ponto mais alto à medida que a procura por bens está a enfraquecer rapidamente".

Neste contexto, Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz acredita que "o excesso de inventário no setor transformador e na construção podem ajudar a baixar a inflação em 2023".

O estudo refere ainda que entre as quatro principais economias do euro, a Alemanha deverá ser uma das que estará a braços com uma das taxa de inflação mais elevadas, designadamente de 8,5% neste ano e 6,2% em 2023.

No caso da economia francesa, este indicador deverá atingir 5,5% em 2022 e 4,3% em 2023, enquanto a Espanha deverá fechar este ano com uma taxa de inflação de 9% e no próximo ano atingir os 5,7%.

O estudo afirma que à escala mundial, as previsões apontam para que a taxa de inflação seja de 7,9% em 2022 e de 5,3% em 2023, com os Estados Unidos da América, a maior economia do mundo, a registar uma inflação de 7,8% em 2022 e de 2,9% em 2023.

Para a China, a segunda maior economia do mundo, o estudo aponta para uma subida dos preços na ordem dos 2,1% em 2022 e de 2,2% em 2023.

"Os efeitos da guerra na Ucrânia e a elevada taxa de inflação estão a ter efeitos sobre a maioria das economias mundiais", conclui o estudo que, referindo que as estimativas para a evolução do PIB mundial foram revistas em baixa pela Allianz Trade para uma expansão de 2,7% em 2022 e de 1,5% em 2023.

Para os Estados Unidos, o estudo aponta para um crescimento do PIB de 1,4% em 2022 e uma contração de 0,7% no próximo ano.

Em relação à China, o estudo refere que esta se deverá expandir 2,9% em 2022 e 4,5% em 2023.
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