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Bloco quer semáforo nutricional obrigatório nos rótulos dos alimentos embalados

O objectivo é fornecer informação rápida e intuitiva sobre o teor de sal, açúcar e gorduras existentes nos alimentos através de símbolos verdes, amarelos e vermelhos que permitam uma avaliação pelo consumidor. Projecto de resolução deu entrada esta quinta-feira no Parlamento.

19 de Outubro de 2017 às 16:26
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Quatro círculos coloridos, em verde, amarelo e vermelho, a indicar a maior ou menor quantidade de gordura, gordura saturada, açúcares e sal presentes em cada 100 gramas de produto. À semelhança dos semáforos rodoviários, o Bloco de Esquerda pretende que os rótulos dos alimentos passem a ter obrigatoriamente um semáforo nutricional que forneça informação imediata e intuitiva sobre o conteúdo e potenciais efeitos para a saúde.

 

Num projecto de resolução entregue esta quinta-feira, 19 de Outubro, no Parlamento, os bloquistas defendem que "com este sistema é fácil perceber se um produto deve ser evitado" e que "o consumidor sai a ganhar porque fica mais informado e capaz de decidir em consciência".

 

Na prática trata-se de rever as regras de rotulagem dos produtos embalados, por forma a que nelas surja informação "de simples leitura" que permita, "de forma quase instantânea e intuitiva, perceber se um determinado alimento é ou não prejudicial à saúde", já que "a informação nutricional nos rótulos é um dos principais meios de incentivo para a realização de escolhas mais saudáveis, no momento da compra dos alimentos".

 

No semáforo nutricional, "o verde será para saudável, o amarelo indica que aquele produto já tem uma quantidade razoável de sal, açúcar ou gorduras, por isso é melhor não abusar e o vermelho indica uma quantidade elevada, pelo que o melhor será não consumir", explica Moisés Ferreira, deputado do Bloco.

 

A vantagem de um sistema deste género é, desde logo, "um consumo informado e a opção por uma alimentação saudável só perdura se for livre e feita de forma consciente", sublinha. Com um rótulo deste género, "as pessoas optarão certamente por consumir, dentro da mesma gama de produtos, aquele que for mais saudável". E, nesse contexto, "também a própria indústria se sentirá obrigada a moderar os seus produtos", conseguindo-se assim um duplo efeitos, explica Moisés Ferreira.

 

Actualmente os rótulos das embalagens já têm informação nutricional – a chamada "dose diária recomendada" –, mas, entende o Bloco, é de difícil leitura e interpretação, pelo que o semáforo nutricional será muito mais eficaz.

 

A proposta do Bloco é, assim, "que a Assembleia da República recomende ao Governo que desencadeie, junto da indústria e das cadeias de distribuição, as acções necessárias para que a Declaração Nutricional obrigatória nos alimentos embalados inclua o sistema de semáforo nutricional". E, por outro lado, "que as grandes superfícies e as cadeias de distribuição disponibilizem aos seus clientes, de forma gratuita, cartões exemplificativos do sistema de semáforo nutricional, assim como as indicações para a interpretação do mesmo".

 

Actualmente há já algumas grandes superfícies com sistemas deste género, como é o caso do Continente, mas o procedimento está longe de ser generalizado. O Bloco de Esquerda chama também a atenção para experiências internacionais, como o caso de Inglaterra, que já tem instituído este sistema e onde tem vindo a ser negociada com a indústria a alteração das embalagens.

 

"Não estamos a inventar nada, mas apenas a propor que se adoptem em Portugal boas práticas de informação ao consumidor, para que este tome decisões informadas", remata Moisés Ferreira.

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