Numa nota divulgada esta noite, o Banco de Portugal sublinha que José da Silva Lopes "foi um dos mais eminentes e reconhecidos economistas portugueses do século XX, tendo sido um atento investigador da economia nacional".

Desempenhou prestigiados cargos, de entre os quais o de ministro das Finanças, governador do Banco de Portugal, administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), representante de Portugal junto do Banco Mundial e Presidente do Conselho Económico e Social. Hoje era ainda membro por inerência do Conselho Consultivo do Banco de Portugal, acrescenta a nota do BdP, na qual o governador, Carlos Costa, e os membros do conselho de administração endereçam à família de Silva Lopes "o seu voto de mais profundo pesar".

"Governador do Banco de Portugal entre 1975 e 1980, o Dr. José da Silva Lopes conduziu a gestão do banco central num momento particularmente difícil da história económica e financeira recente do País", refere o banco central.

Enquanto governador, foi responsável pela introdução em Portugal do regime cambial de crawling-peg (desvalorizações programadas do

escudo), "que ajudou a ultrapassar o período de profunda instabilidade macroeconómica vivido na sequência do primeiro choque petrolífero e da mudança de regime".

"O Dr. José da Silva Lopes contribuiu ainda decisivamente para que, nos anos seguintes, o Banco de Portugal se afirmasse como um centro de excelência na análise económica e foi determinante para o reforço do prestígio da investigação económica realizada na instituição. Nos anos 90, teve também um papel fundamental na reformulação da legislação aplicável ao sistema financeiro português", destaca o BdP.

Nas suas relações pessoais e profissionais, "cultivou sempre a vertente humana, a franqueza e a amizade", diz ainda a nota, acrescentando que o conselho de administração do Banco de Portugal "promoverá oportunamente a realização de uma conferência internacional em memória do Dr. José da Silva Lopes".