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Silva Lopes na Basílica da Estrela quarta-feira

O economista José da Silva Lopes, 82 anos, que faleceu a 2 de Abril estará na Basílica da Estrela na quarta-feira 8 de Abril. Várias têm sido as personalidades a manifestarem o pesar.

Negócios 04 de Abril de 2015 às 22:51
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José da Silva Lopes faleceu a 2 de Abril no hospital e tem merecido manifestações de pesar de várias personalidades do mundo académico ao institucional. Ex-ministro das Finanças após o 25 de Abril de 1974, ex-governador do Banco de Portugal também nos períodos conturbados do pós-25 de Abril, Silva Lopes marcou uma era de economistas e era um testemunho da história económica recente de Portugal.

 

Na manhã de quarta-feira 8 de Abril estará na Basílica da Estrela onde se realizará uma missa às 14:00 horas.

 

Na sua carreira como economista participou nas negociações para Portugal entrar na EFTA e protagonizou as negociações com o FMI nas primeira e segunda intervenções em Portugal durante a década de 70 do pós 25 de Abril.

 

A serenidade com que analisava a economia portuguesa, conseguindo separar as suas convicções da necessidade de fazer um raciocínio rigoroso a par com a sua capacidade de dialogar e de manter o sentido de humor nas situações de maior pressão são das características profissionais e pessoais mais salientadas por quem o tem homenageado.

 

Paul Krugman, nobel da Economia em 2008, manifestou o seu pesar pouco tempo depois de a notícia ter sido divulgada – "Uma notícia triste", assim começa o seu texto no New York Times. Krugman recorda os tempos em que, como estudante do MIT integrou uma equipa em 1976 que veio apoiar tecnicamente Silva Lopes.

 

O Banco de Portugal, do qual foi governador entre 1975 e 1980, lamentou a morte de Silva Lopes considerando, numa nota em nome do conselho de administração, que foi "um dos mais eminentes e reconhecidos economistas portugueses do século XX". E anunciou uma conferência internacional em memória de Silva Lopes.

 

O Presidente da República Aníbal Cavaco Silva considerou, numa nota divulgada no seu site, que "Portugal perde uma das suas vozes mais autorizadas, respeitadas e credíveis em matéria económica, que sempre se distinguiu pela independência e pelo rigor".

 

O primeiro-ministro salientou que Silva Lopes pautou sempre a sua intervenção pela "isenção e correcção", considerando que foi "um homem com enorme prestígio na economia e finanças".

 

"Um homem raro", assim disse Vítor Constâncio vice-presidente do Banco Central Europeu e ex-governador do Banco de Portugal que trabalhou também de perto com Silva Lopes na década de 70 logo a seguir ao 25 de Abril.

 

O bastonário da Ordem dos Economistas Rui Marinho Leão além de sublinhar a capacidade de diálogo de Sila Lopes salientou que foi determinante para a compreensão "das peculariedades e potencialidades de Portugal"

 

O líder do PS, António Costa destacou que Silva Lopes "serviu o país de forma dedicada e relevante" e destacou a sua "brilhante carreira" ao serviço do desenvolviento de Portugal.

 

O primeiro presidente da República Ramalho Eanes que conhecia bem Silva Lopes afirma que fez da sua vida um "dever de patriótica resposta a todos os apelos públicos, exercido com exigência de pessoal e acrescido saber e dedicação"

 

José da Silva Lopes teve uma longa carreira de serviço público, marcada logo em finais dos anos 50 do século XX pelas negociações para a adesão de Portugal à EFTA (European Free Trade Association), organização de comércio livre liderada pelo Reino Unido que nasceu em 1959 para como reacção à fundação da Comunidade Económica Europeia.

 

Conhecia profundamente a economia portuguesa e considerava-se um pessimista embora dizendo que a capacidade de reacção da economia portuguesa sempre o tinha surpreendido.

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