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Revista do ano: Março

O mês de Março começa com uma exigência da troika: Portugal deve concretizar as medidas de redução do défice em 2015 para que possa ser concluída a 11ª avaliação ao programa de assistência financeira. Cavaco dá luz verde ao orçamento rectificativo e à nova CES e Merkel sinaliza preferência por saída limpa do programa de resgate, sem necessidade de uma linha de crédito cautelar.

Bruno Simão/Negócios
15 de Dezembro de 2014 às 08:00
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Acontecimentos nacionais

 

6 de Março - Forças policiais manifestam-se em frente ao parlamento

Milhares de profissionais das forças de segurança provenientes de todo o País juntam-se em Lisboa para protestar contra os cortes salariais, o aumento dos descontos para a saúde e a degradação das condições de trabalho. Foi a "maior manifestação de sempre de polícias desde o 25 de Abril", repetiram os líderes das associações do sector que se mobilizou para participar num protesto que terminou em torno das 22h30. Paulo Rodrigues, presidente do maior sindicato dos polícias (Associação de Sindicatos dos Profissionais de Polícia), "satisfeito com a forte mobilização", estimou em 15 mil os manifestantes, acima da previsão inicial (de 12 mil pessoas).

 

6 de MarçoRui Cartaxo deixa liderança da REN

Rui Cartaxo anuncia que deixará a presidência do Conselho de Administração da empresa, sendo substituído por Rui Vilar, antigo presidente da Fundação Calouste Gulbenkian. Rui Cartaxo assumiu o cargo de presidente executivo da REN, em substituição de José Penedos, em 2009, quando este último abandonou a empresa no âmbito do processo Face Oculta.

 

Em entrevista ao Negócios em Dezembro de 2013, Rui Cartaxo assegurou que a sua sucessão na REN, onde terminaria o mandato no final de 2014, não estava em discussão. "O tema não está em cima da mesa, nem vou comentar. São sempre os accionistas que escolhem os gestores. Estou muito satisfeito pelo apoio que tive. Estou no terceiro mandato à frente da REN porque tenho tido o apoio de todos os accionistas", respondeu na altura. 

 

11 de MarçoCavaco Silva dá luz verde ao Rectificativo e à nova CES

O Presidente da República promulga o Orçamento Rectificativo para 2014, abrindo caminho à aplicação da versão ampliada da contribuição extraordinária de solidariedade (CES). Em vez de se aplicar de 1.350 euros brutos em diante ela passará a incidir sobre quem ganha mais de 1.000 euros brutos, com uma taxa de 3,5%. Estão em causa mais 166 mil pessoas que até então estavam isentas. Quem tem pensões entre 1.350 e 4.611 euros não verá a sua situação alterada, mantendo-se a pagar o mesmo que até então. Mas, deste valor em diante, haverá um agravamento da contribuição por força das novas regras. 

 

18 de MarçoMerkel sinaliza preferência por ‘saída limpa’

A chanceler alemã Angela Merkel sinaliza que a avaliação que faz ao grau de recuperação da economia portuguesa e da confiança por parte dos mercados apontam para a possibilidade de Portugal dispensar "muletas" quando terminar, em Maio, o programa de assistência financeira da troika.

 

Falando, em Berlim, ao lado de Pedro Passos Coelho no final de um encontro bilateral com o primeiro-ministro, a chanceler alemã faz questão de sublinhar que  a estratégia financeira para enquadrar o pós-troika é uma decisão que cabe ao Governo português, que ainda há tempo para ponderar os prós e os contras e que apoiará Lisboa na opção que tomar.  Angela Merkel acabou, no entanto, por sinalizar alguma preferência por uma "saída limpa", por oposição a uma linha de crédito cautelar, ao sublinhar o facto de a economia portuguesa ter "crescido mais do que se previa" e de estar a beneficiar de uma crescente manifestação de confiança dos investidores, reflectida na descida das taxas de juro nos mercados de dívida.

 

24 de MarçoCTT, Teixeira Duarte e Impresa integram PSI-20

As três empresas passam a integrar o principal índice da bolsa portuguesa, em substituição da Sonaecom, Cofina e Sonae Indústria, e vêm dar mais valor à praça nacional. Nomeadamente a empresa de correios que reforça a imagem do PSI-20 como um índice multimilionário. Com a cotada liderada por Francisco de Lacerda, são 16 as empresas com um valor de mercado superior a mil milhões de euros. É necessário recuar até 2007, altura em que o PSI-20 tocava em máximos históricos, antes dos primeiros sinais da crise financeira, para encontrar um índice com empresas tão valiosas. 

 

27 de MarçoAntónio Saraiva é reeleito presidente da CIP

António Saraiva é reeleito para mais um mandato enquanto presidente do Conselho Geral e da Direcção da CIP com 81% dos votos. A lista de Saraiva, que foi a única a votos, conta com João Gomes Esteves como presidente da mesa da assembleia-geral e com Bruno Bobone como presidente do conselho fiscal. A continuação de António Saraiva no cargo não foi, assim, posta em causa depois da fortíssima contestação de que foi alvo por parte de todos aqueles que o antecederam na presidência da Confederação.

 

António Vasco de Mello, José Manuel de Morais Cabral, Pedro Ferraz da Costa e Francisco Van Zeller criticaram duramente Saraiva por ter assinado o Manifesto dos 70 a favor da reestruturação da dívida pública. 

 

27 de MarçoPT e Oi dão passo decisivo para a fusão

A fusão da PT com a Oi dá um passo decisivo com os accionistas das duas empresas a aprovarem a avaliação dos activos da PT que irão entrar no aumento de capital da Oi. 

São 1.750 milhões de euros (depois de pagos os dividendos de 10 cêntimos por acção na PT e que aumentam a avaliação para 1.900 milhões de euros) que irão resultar numa participação dos accionistas da PT na nova empresa de cerca de 37%. A aprovação aconteceu na primeira assembleia-geral da fusão com a Oi, que decorreu no Fórum Picoas, em Lisboa, com cerca de 60% do capital presente. 

 

Acontecimentos internacionais

 

6 de MarçoOcidente acorda primeiras sanções à Rússia

Os líderes da União Europeia e dos Estados Unidos acordaram sanções contra a Rússia numa cimeira extraordinária para tentar demover Moscovo de qualquer pretensão às regiões russófonas da Ucrânia. Isto depois de o Parlamento da região autónoma da Crimeia ter avançado com um pedido dirigido a Moscovo de anexação daquela república à Rússia e de ter aprovado a realização de um referendo para dia 16 de Março de modo a apurar duas questões: uma sobre a vontade popular de uma futura integração ao território russo; outra com a readopção da Constituição de 1992. 

 

16 de MarçoCrimeia aprova reunificação com a Rússia com 93% dos votos

Os habitantes da Crimeia aprovam em referendo, com 93% dos votos, a reunificação com a Rússia, um resultado que o primeiro-ministro pró-russo da região, Serguii Axionov, saudou como decisão "histórica". "Obrigado a todos quantos participaram no referendo e fizeram a sua escolha. Hoje, tomámos uma decisão muito importante que ficará para a história", declarou Axionov na sua conta da rede social Twitter.

 

O referendo, cujas duas perguntas eram "Aprova a reunificação da Crimeia com a Rússia como membro da federação da Rússia?" e "Aprova a restauração da Constituição da Crimeia de 1992 e o estatuto da Crimeia como fazendo parte da Ucrânia?", é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscovo defende que se trata de uma consulta "legítima".

 

23 de MarçoExtrema-direita dispara nas eleições locais em França

O partido francês de extrema-direita, Frente Nacional (FN), obtém um forte crescimento eleitoral na primeira ronda das eleições municipais em França, marcadas por uma sanção da esquerda no poder, uma ligeira progressão da direita e uma abstenção recorde. Aplaudindo o que considera ser uma "excepcional vindima para a FN", Marine le Pen considerou que os resultados marcaram "o fim da bipolarização da cena política".

 

24 de Março Líderes ocidentais cancelam cimeira do G8 na Rússia

A "flagrante" violação do direito internacional, em que consistiu a intervenção de Moscovo na crise da Ucrânia, leva a que a reunião extraordinária dos líderes do G7, convocada pelo Presidente norte-americano Barack Obama, determinasse o cancelamento da Cimeira dos oito países mais industrializados do mundo, anunciou o Governo britânico. É a formalização de uma ameaça que pendia sobre o Kremlin há já cerca de um mês. "Não haverá cimeira do G8 este ano na Rússia", disse o primeiro-ministro britânico David Cameron em declarações à Sky News, em Haia. "Vamos reunir-nos hoje à noite (...) para determinar o caminho a seguir, mas sinceramente cabe à Rússia mudar" de atitude, acrescentou.

 

27 de MarçoFMI acorda apoio financeiro à Ucrânia

O Fundo Monetário Internacional anuncia que já atingiu um entendimento para libertar entre 14 e 18 mil milhões de dólares para Kiev, valor que está incluído num pacote de assistência financeira mais abrangente, com outros parceiros. "O apoio financeiro da comunidade internacional que o programa [de reforma económica] irá libertar alcança os 27 mil milhões de dólares [19,6 mil milhões de euros] ao longo dos próximos dois anos", indica o comunicado emitido pela entidade dirigida por Christine Lagarde, depois dos trabalhos em Kiev do FMI, que decorreram entre 4 e 25 de Março.

 

De acordo com o FMI esta ajuda a dois anos será ainda sujeita a aprovação pelo quadro executivo da organização, sendo aguardada a confirmação final para o mês de Abril. 

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